O golpe perdeu o "timing" e o personagem central. Por um ano, desde a vitória de Dilma em 2014, Aécio Neves foi o protagonista da sabotagem e da campanha de ódio a Dilma e ao PT. Municiado pelos aliados da Operação Lava Jato, do STF e da mídia, com movimentos de rua convocados por mercenários e televisões com o apoio de governos do PSDB e DEM, tiveram seu grande momento em 15 de março de 2015, com milhões de pessoas de camisas da CBF pedindo o fim da corrupção "do PT" e a queda de Dilma.
É aí que entra em campo o personagem Cunha, com suas pautas-bombas na Cãmara, paralisando o governo e ameaçando conquistas sociais e trabalhistas, esfriando o ânimo dos inocentes-úteis que estavam no embalo do golpe. Ofuscando Aécio, Cunha passou a ser a cara do golpe. Mesmo com a sua cabeça pedida por aliados em meio a flagrantes de corrupção, Cunha continuou a chantagear Dilma até que ela se recusou a livrá-lo na Comissão de Ética e deu entrada no golpe via impeachment. Criaram-se contradições entre a narrativa "ética" e a prática corrupta. Ficou bem mais explícito que a Lava Jato seria um tribunal partidário com três missões:
- derrubar Dilma;
- prender Lula / cassar seus direitos políticos;
- cassar o registro do PT.
O STF também se mostrou acovardado, omisso e cúmplice do golpe. Junto com a PF e o Ministério Público viram na saída de Dilma a oportunidade para ganhar dividendos corporativos. Deputados e senadores enxergaram no processo de derrubada a oportunidade de ganhar cargos e dinheiro. E Cunha, a chance de sair anistiado, junto com quase 300 suspeitos de participação em propinas.
Dado o golpe, Temer e seus aliados acharam que vieram para ficar em definitivo até 2018. Seguiram Maquiavel fazendo toda a desgraça de uma vez só, achando que teriam total apoio de mídia, parlamentares, judiciário e enterrariam Cunha como "símbolo da faxina política". Deu tudo errado. Em uma semana fecharam e reabriram o Ministério da Cultura diante do levante da classe artística. Tiveram que recuar do fim dos novos financiamentos do Minha Casa Minha Vida. O "ministério" foi massacrado até pela mídia amiga pela composição com suspeitos de diversos crimes. As ações em política externa foram desastrosas, expondo o país à desmoralização como República de Bananas e o governo como usurpador e quadrilha.
O pior para o golpe ainda está por vir. Empossados os carrascos para executar o programa neoliberal e em menos de 180 dias tornar indeléveis os estragos ao país, as principais medidas somente entrarão em execução, em todos os fronts (congresso, ministérios, estatais), quando chegar o inverno, já no fim de junho. Temer e seus asseclas sentirão o mesmo que Hitler na "blitzkrieg" sobre a União Soviética, quando entrou pela Bielorrússia, Ucrânia e encostou os russos nos subúrbios de Moscou e Stalingrado rapidamente.
Aí chegou o inverno russo. As estradas e campos viraram pântanos. O frio inclemente matava os soldados nazistas à noite. Os soviéticos usavam camuflagens e franco-atiradores para eliminar soldados alemães e fazer guerrilha. Problemas de logística afetaram suprimentos, havendo fome entre os invasores. E os soviéticos, acostumados às adversidades do clima e das necessidades, aproveitaram para reorganizar suas tropas e começar a contra-ofensiva que não respeitou as fronteiras da Alemanha, engolindo Berlim e se não fossem as tropas americanas teriam tomado todo o país inimigo.
Enquanto Temer expõe o saco de maldades seus aliados patinam. Não tem mais base social no golpe, só os mais renitentes zumbis movidos por ódio. Não veio para acabar com a corrupção: seu governo é a própria corrupção sem máscaras. Cunha está cada vez mais presente e poderá voltar ao comando da Câmara, desmoralizando mais o governo. Até agora não houve apoio explícito das grandes potências. Coincidindo com o Inverno Brasileiro milhões estarão nas ruas em luta contra os ataques do governo ilegítimo.
Ganhará força a tese da eleição presidencial antecipada, e com ela, a da eleição geral, já que não faz sentido eleger novo presidente com Cunha dando as cartas qualquer que seja o governo. Até da cadeia comandaria sua quadrilha na Câmara. E também de nada adiantaria manter intatos o MP, a PF e o judiciário agindo como sucursais de partidos. Uma vez engatada a marcha de força do contragolpe, a luta não respeitará as fronteiras da institucionalidade quando foi rompida com o golpe. Terá que haver reformas profundas. O inverno brasileiro poderá ser um exemplo a todos os que lutam pela democracia e contra o liberalismo econômico em todo o mundo.
Com a voracidade que vieram dificilmente pararão para avaliar o tamanho da enrascada onde estão enfiando a elite conservadora brasileira, acostumada secularmente a acordos por cima para manter seus privilégios. O ponto de retorno antes de perderem o controle ou passarem a mantê-lo com sangue correndo nas ruas está chegando próximo. Nesta semana a revista Isto É lançou um balão de ensaio de unidade nacional em torno de Temer pelo desenvolvimento. Apesar de ter baixado a bola, para quem estava no bonde sem freio do golpe, essa busca por conformidade sob Temer é inútil. O lance dado pelo STF para afastar Cunha também já se esgotou. Pelo contrário, a PF continua a perseguição a Lula com o depoimento do "sobrinho da ex-mulher" dele alçado à condição de sobrinho dele.
Prenderão Lula antes do inverno, o que dever á acender muitas fogueiras. Devolver o governo a Dilma, nem pensar.... a não ser que haja um achaque e o PT passe a dialogar com o governo ilegítimo correndo por fora concessões como Lula não ser candidato em 2018 em troca do retorno de Dilma. Ninguém está colocando a mão no fogo por Temer. PSDB, mídia, grande capital (bolsa desaba e dólar sobe mesmo com os usurpadores fazendo juras de amor ao mercado), etc. A hora de sair é agora. Entregar o PMDB para não entregar os dedos...
É aí que entra em campo o personagem Cunha, com suas pautas-bombas na Cãmara, paralisando o governo e ameaçando conquistas sociais e trabalhistas, esfriando o ânimo dos inocentes-úteis que estavam no embalo do golpe. Ofuscando Aécio, Cunha passou a ser a cara do golpe. Mesmo com a sua cabeça pedida por aliados em meio a flagrantes de corrupção, Cunha continuou a chantagear Dilma até que ela se recusou a livrá-lo na Comissão de Ética e deu entrada no golpe via impeachment. Criaram-se contradições entre a narrativa "ética" e a prática corrupta. Ficou bem mais explícito que a Lava Jato seria um tribunal partidário com três missões:
- derrubar Dilma;
- prender Lula / cassar seus direitos políticos;
- cassar o registro do PT.
O STF também se mostrou acovardado, omisso e cúmplice do golpe. Junto com a PF e o Ministério Público viram na saída de Dilma a oportunidade para ganhar dividendos corporativos. Deputados e senadores enxergaram no processo de derrubada a oportunidade de ganhar cargos e dinheiro. E Cunha, a chance de sair anistiado, junto com quase 300 suspeitos de participação em propinas.
Dado o golpe, Temer e seus aliados acharam que vieram para ficar em definitivo até 2018. Seguiram Maquiavel fazendo toda a desgraça de uma vez só, achando que teriam total apoio de mídia, parlamentares, judiciário e enterrariam Cunha como "símbolo da faxina política". Deu tudo errado. Em uma semana fecharam e reabriram o Ministério da Cultura diante do levante da classe artística. Tiveram que recuar do fim dos novos financiamentos do Minha Casa Minha Vida. O "ministério" foi massacrado até pela mídia amiga pela composição com suspeitos de diversos crimes. As ações em política externa foram desastrosas, expondo o país à desmoralização como República de Bananas e o governo como usurpador e quadrilha.
O pior para o golpe ainda está por vir. Empossados os carrascos para executar o programa neoliberal e em menos de 180 dias tornar indeléveis os estragos ao país, as principais medidas somente entrarão em execução, em todos os fronts (congresso, ministérios, estatais), quando chegar o inverno, já no fim de junho. Temer e seus asseclas sentirão o mesmo que Hitler na "blitzkrieg" sobre a União Soviética, quando entrou pela Bielorrússia, Ucrânia e encostou os russos nos subúrbios de Moscou e Stalingrado rapidamente.
Aí chegou o inverno russo. As estradas e campos viraram pântanos. O frio inclemente matava os soldados nazistas à noite. Os soviéticos usavam camuflagens e franco-atiradores para eliminar soldados alemães e fazer guerrilha. Problemas de logística afetaram suprimentos, havendo fome entre os invasores. E os soviéticos, acostumados às adversidades do clima e das necessidades, aproveitaram para reorganizar suas tropas e começar a contra-ofensiva que não respeitou as fronteiras da Alemanha, engolindo Berlim e se não fossem as tropas americanas teriam tomado todo o país inimigo.
Enquanto Temer expõe o saco de maldades seus aliados patinam. Não tem mais base social no golpe, só os mais renitentes zumbis movidos por ódio. Não veio para acabar com a corrupção: seu governo é a própria corrupção sem máscaras. Cunha está cada vez mais presente e poderá voltar ao comando da Câmara, desmoralizando mais o governo. Até agora não houve apoio explícito das grandes potências. Coincidindo com o Inverno Brasileiro milhões estarão nas ruas em luta contra os ataques do governo ilegítimo.
Ganhará força a tese da eleição presidencial antecipada, e com ela, a da eleição geral, já que não faz sentido eleger novo presidente com Cunha dando as cartas qualquer que seja o governo. Até da cadeia comandaria sua quadrilha na Câmara. E também de nada adiantaria manter intatos o MP, a PF e o judiciário agindo como sucursais de partidos. Uma vez engatada a marcha de força do contragolpe, a luta não respeitará as fronteiras da institucionalidade quando foi rompida com o golpe. Terá que haver reformas profundas. O inverno brasileiro poderá ser um exemplo a todos os que lutam pela democracia e contra o liberalismo econômico em todo o mundo.
Com a voracidade que vieram dificilmente pararão para avaliar o tamanho da enrascada onde estão enfiando a elite conservadora brasileira, acostumada secularmente a acordos por cima para manter seus privilégios. O ponto de retorno antes de perderem o controle ou passarem a mantê-lo com sangue correndo nas ruas está chegando próximo. Nesta semana a revista Isto É lançou um balão de ensaio de unidade nacional em torno de Temer pelo desenvolvimento. Apesar de ter baixado a bola, para quem estava no bonde sem freio do golpe, essa busca por conformidade sob Temer é inútil. O lance dado pelo STF para afastar Cunha também já se esgotou. Pelo contrário, a PF continua a perseguição a Lula com o depoimento do "sobrinho da ex-mulher" dele alçado à condição de sobrinho dele.
Prenderão Lula antes do inverno, o que dever á acender muitas fogueiras. Devolver o governo a Dilma, nem pensar.... a não ser que haja um achaque e o PT passe a dialogar com o governo ilegítimo correndo por fora concessões como Lula não ser candidato em 2018 em troca do retorno de Dilma. Ninguém está colocando a mão no fogo por Temer. PSDB, mídia, grande capital (bolsa desaba e dólar sobe mesmo com os usurpadores fazendo juras de amor ao mercado), etc. A hora de sair é agora. Entregar o PMDB para não entregar os dedos...