segunda-feira, 1 de junho de 2009

Festa do marketing no Maracanã


Quem foi ver ontem Flamengo 2 x 1 Atlético Paranaense no Maracanã teve mais que o pago pelo ingresso. Meia hora antes do jogo, os telões do estádio passaram a transmitir ao vivo a divulgação das cidades sedes da copa de 2014. Na mesma hora, entraram em campo centenas de pessoas com balões para uma coreografia. Quando o Rio foi anunciado, duas grandes camisas da Seleção foram abertas nos gramados, e os balões foram soltos. A cantora Sandra de Sá cantou duas músicas e o hino nacional. Por fim, a torcida do Flamengo, que acredito ter sido propositalmente concentrada no seu lado tradicional, levantou as placas de papel que estavam em cada cadeira, fazendo a coreografia do mosaico verde-amarelo e depois do preto-vermelho.




O Rio está jogando pesado para trazer as Olimpíadas de 2016. Por toda a cidade, a começar pelo aeroporto do Galeão, e até em áreas proibidas pela própria Prefeitura, há cartazes e outdoors defendendo a proposta. No PAN, em 2007, muita coisa na cidade e na cultura tiveram que ser mudadas para garantir que o evento pudesse ser uma vitrine para a Copa de 2014, agora confirmada, e para as Olimpíadas de 2016.
O Maracanã, que deverá abrigar o jogo final da Copa, já passou por reformas no PAN, mas exigirá muitas adaptações, como novos acessos e estacionamento para 10 mil veículos, entre outras. A torcida do Flamengo, a maior do mundo e do Rio, fez a sua parte, trazendo para a festa uma quantidade que nunca vi de famílias com crianças pequenas e mulheres. A proibição do consumo e venda de álcool no estádio e no entorno, exigências da FIFA para as copas, já está em vigor, ajuda a conter violência e permite a maior civilidade.

Nas roletas do estádio, o tratamento é educado, até quando a polícia pede "numa boa", sem estresse, que os homens levantem a camisa em busca de armas. Não foram mantidos os detetores de metal que foram instalados no PAN. Há postos de atendimento de Ouvidoria, idosos e deficientes. Os banheiros estão muito limpos. Todo mundo ganhou bandeirinhas do Brasil para a festa que acabaram sendo deixadas no chão no fim do jogo, mostrando que há muito a fazer. Na hora do hino também haviam instrumentos de batuque concorrendo, mas foram parando. No entorno do estádio, a festa foi dos reboques e dos guardas de trânsito, que multaram / rebocaram muita gente. Tomara que todo esse marketing deixe como subproduto uma nova cultura de convivência e soluções de infra-estrutura para a cidade.





Nenhum comentário:

Postar um comentário