quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aécio diz que oposição é para se opor...

Para quem apareceu aos holofotes nacionais como papagaio-de-pirata no avô Tancredo no leito de morte, o ex-governador Aécio Neves fez um discurso coerente estreando no Senado. Elogiou Dilma, a quem apoiou nas eleições presidenciais passadas, com a chapa "Dilmasia", ou seja, voto na presidente e no seu candidato à sucessão, Anastasia.


Não fosse a imensa vontade da mídia de direita anti-Serra de promovê-lo visando a sucessão presidencial de 2014, o discurso que leu não teria nenhum atrativo especial. Criticou o PT porque não participou da farsa do Colégio Eleitoral que elegeu o seu avô, Tancredo, em 1985 (defendia as eleições diretas), nem participou do governo Itamar.

Reconheceu os avanços do governo Lula, e colocou suas realizações num mesmo saco junto com Itamar e FHC. No mais, fez propostas que mais pareciam uma prévia do programa para 2014, todas versando sobre impostos, exceto a que falava na criação do Simples Trabalhista, que não deixou claro, mas deve ser algo suprimindo direitos, como é de praxe aos demo-tucanos . Serra estava na platéia, chegando de surpresa, dizendo que estava na cidade para um aniversário.

Em síntese, disse que oposição é para se opor. Claro, a começar pelos outros, porque ele mesmo não é um opositor ferrenho, talvez por tradição ou pelo DNA, já que seu avô, Tancredo, era um político astuto que nunca se posicionava em franca oposição, conseguindo até a manobra para ser primeiro-ministro solapando os poderes do então presidente João Goulart.

Serra é mais convincente que ele como oposicionista, mas queimou seu filme numa campanha desastrosa. Boa parte da mídia não quer mais saber dele, porque atribui aos seus erros a derrota para Dilma. Enquanto Aécio faz um discurso que qualquer vereador faria, light e apenas como ato de propaganda da sua pessoas amplificado pela mídia, políticos do seu partido e do DEM fazem fila para aderir ao novo partido da base aliada, o PDC de Gilberto Kassab. Construir em torno de Aécio uma candidatura oposicionista vai ser muito difícil para a direita, pelo visto.


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