Aumentaram muito as demissões em dezembro. As causas vão da sazonalidade, à existência de estoques encalhados e também de decisões estratégicas de empresas com foco na manutenção da rentabilidade. E esta tem a ver com as taxas de juros, que poderão ser alteradas pelo COPOM nesta quarta-feira.
Antes de investir na economia real, o capitalista compara o que pode ter de retorno do capital com os investimentos de baixo risco, como os oferecidos por bancos com base em títulos públicos, índices, etc. Quando o COPOM eleva os juros, freia a economia, porque ao capitalista fica mais interessante aplicar em papéis que correr o risco de perder com um negócio que crie empregos e dependa de flutuações do nível de consumo. Quando baixa os juros, muitos negócios se tornam atrativos, e capitais são tirados de papéis para aplicação em novos empreendimentos. No caso dos bancos, a queda de juros aumenta a competitividade e a disponibilização de recursos para o crédito.
A Vale foi a primeira empresa a demitir em larga escala, fechar unidades produtivas e o seu presidente o primeiro a propor a redução de direitos trabalhistas. A Vale certamente não terá prejuízos, mesmo com a redução das vendas, mas investidores preferirão migrar para aplicações financeiras que pagam melhor graças às altas taxas de juros. A decisão de cortar as taxas de juros tem forte correlação com a manutenção de empregos, mas o COPOM parece mais preocupado em manter os altos lucros dos bancos que com a economia real.
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