O mercado imobiliário de Brasília apresenta valorização acima da inflação há vários anos. Com o tombamento do Plano Piloto e a inexistência de novas áreas a construir na cidade, vemos ofertas como a da foto ao lado. É um apartamento num prédio de bom acabamento, que está anunciado à base de R$ 4.500 por metro quadrado. Não é luxuoso, mas tem 4 quartos, e fica numa superquadra, sem nenhum atrativo de localização, paisagem, etc. O preço unitário é semelhante ao de lugares como a Urca e o Leblon, no Rio, que têm muito mais atrativos para justificar os preços.
Considerando que o Distrito Federal tem como principal atividade econômica o funcionalismo público, sem indústrias nem atividades agrícolas, fica difícil saber como as pessoas têm dinheiro para comprar esses imóveis. Muito menos para os dois funcionários do Senado, recentemente afastados por não conseguirem justificar os sinais de riqueza incompatíveis com suas rendas, mostrarem como adquiriram casas no Lago que valem mais de R$ 3 milhões.
Se a Receita Federal quiser pegar muita coisa sem explicação em Brasília, bastará cruzar os dados dos proprietários de imóveis de alto valor com suas rendas. Alguns poderão explicar a riqueza aparente por haverem adquirido os imóveis quando eram baratos, o que é possível. Outros terão muito o que explicar, se conseguirem.
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