Vez por outra a gente vê um político de direita, desses que enche o gabinete de parentes e cria um monte de diretorias, falar que o estado brasileiro está com gente sobrando, e que tem que reduzir mais. O IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, órgão governamental, chegou à conclusão que o Brasil tem muito menos funcionários por habitante que os Estados Unidos, e é o oitavo na América do Sul nessa relação. E que o funcionalismo público ganha 13,8% menos que o do setor privado.
Considerando que os Estados Unidos são o referencial do capitalismo de estado mínimo, que praticamente não tem serviços sociais, e tem 14,8% de funcionários por habitante, os 10,76% do Brasil são ainda insuficientes para o tamanho do país e para as estruturas de serviços públicos existentes. Por isso a gente vê falta de médicos, de fiscais, de delegados, de policiais, de professores, e ainda tem quem ache necessário cortar mais.
Collor começou a desmontagem do estado. FHC continuou. O Ministério da Saúde chegou a ficar 20 anos sem concurso. Em 1995, o Brasil tinha 7,8 milhões de servidores públicos em todos os níveis, incluindo-se estatais, economia mista, etc. Hoje tem 10,1 milhões, mesmo com a privatização e o desmonte de FHC. Isso significa que o governo Lula fez concursos para cobrir essa diferença, eliminando terceirizados e contratados, e repondo profissionais onde eram necessários. E ainda falta muito. Quem não deve ter gostado nada dessa notícia foram os neoliberais, que já têm muito o que amargar com a falência do capitalismo que defendem, e agora, perderam o discurso do inchaço do estado.
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