Na China, houve uma expansão recente no crédito. Resultado: em março, a produção industrial cresceu 8,3% acima de março de 2008, época onde a crise não era tão grave. O mesmo se notou no Brasil com o aumento da disponibilidade para a compra de veículos, associada à renúncia fiscal do IPI, estancando o desemprego nas montadoras. Em ambos os casos, as medidas deram certo porque as economias estão aquecidas e há mercados internos cujas rendas não caíram, ao contrário da América, Europa e Japão.
No Brasil, a "chamada" que o governo deu no BB fez aparecer crédito para veículos. Foi pouco. A direção do BB, que achava que banco controlado pelo governo poderia ficar ao sabor do cartel dos bancos, acabou substituída por outra que tem a missão de fazer baixar os juros. No caso, não se trata de "dumping", mas de criar um novo referencial de preço do dinheiro, deixando clara a cartelização do setor pelos demais bancos.
O BNDES conseguiu mais R$ 100 bi do Tesouro para ampliar suas linhas de crédito para investimentos a juros mais baixos. No próximo dia 28, o COPOM deverá baixar a SELIC em, pelo menos, 1,5%, o que reduzirá mais a rentabilidade dos títulos públicos que deixam os bancos em situação cômoda. Em suma, o governo tem muita munição para fazer os juros caírem, mas, pelo histórico de complacência com a banca privada, financiadora de campanhas como a do próprio Lula, ninguém pode dizer onde acabará esse tensionamento. Se o governo for firme, o dinheiro reaparece, e a produção para o mercado interno volta ao normal, junto com o crescimento do PIB.
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