Ontem me causou estranheza o Jornal Nacional dedicar um bloco inteiro à entrevista coletiva da ministra Dilma Roussef, explicando que teve um linfoma na axila, que tirou sem internação. Na matéria, médicos disseram que câncer era recente, e que as chances de cura eram grandes, necessitando de um tratamento.
Acordo hoje com a seguinte manchete de capa de "O Globo": "Câncer e tratamento longo abalam a candidatura Dilma". O conteúdo da matéria não permite deduzir que a ministra vá desistir de algo ou ter limitações ao trabalho, daí o título ter intenções políticas de levantar a inviabilidade da candidatura Dilma e assim favorecer Serra ou Aécio. Um outra matéria entitulada "PT em estado de alerta com doença de Dilma" diz que a doença preocupa o partido, temendo possível abalo à candidatura, e ainda que até a oposição torce pela sua recuperação, enfatizando um problema que, aparentemente, é de menor importância para a candidatura.
O Globo parece desconhecer que o vice-presidente José de Alencar e o ex-ministro Gushiken têm câncer há mais de 10 anos, e convivem com a doença. Também parece não perceber que as pessoas ficam sensíveis aos problemas pessoais de candidatos, tendendo a dar-lhes votos. Por fim, mesmo que a urubuzação de "O Globo" desse certo, e Dilma morresse nos próximos meses, Lula teria Tarso Genro ou mesmo a perspectiva de fazer uma campanha popular para permitir a reeleição, aproveitando-se do momento de putrefação do legislativo para passar um projeto de alteração constitucional.
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