A bandalheira do Senado vem de longe. Quando Sarney ainda era vice de Tancredo, sua filha ganhou um emprego no Senado por um "ato secreto", conforme mostra a Revista Veja de 14/05/1986 . (edição 923). No mesmo trem da alegria entrou um primo do então governador e hoje senador Agripino Maia, mostrando que agora estamos vendo práticas consolidadas há muitas décadas.
O "trem da alegria" aconteceu em 14/01/85, às vésperas do Colégio Eleitoral do congresso que elegeria indiretamente o sucessor do ditador militar João Figueiredo. O presidente do Senado, Moacyr Dalla, do PDS do Espírito Santo, resolveu agradar aos seus colegas para angariar apoios, e criou 60 cargos de "assessor técnico" com salários de R$ 25 mil cruzados (uns US$ 1.800 da época, que valiam muito mais que hoje), cujo preenchimento se deu mais por critérios genealógicos que curriculares, diz a matéria.
O marido de Roseana, que à época da reportagem era secretário particular do já presidente Sarney, disse que "nem Roseana sabia disso". Ou seja, assim como Sarney não sabia do dinheiro que entrava na sua conta, nem da nomeação do neto para um cargo no senado, nem do mordomo de Roseana, Murad não sabia que a sua mulher "trabalhava" no Senado!
O Brasil perdeu uma grande oportunidade de varrer parte da corrupção quando se demoliu ( na ditadura Geisel) no Rio o Palácio Monroe a pretexto da passagem do Metrô. Nesse prédio funcionou o Senado no tempo que a capital era no Rio. Poderiam ter implodido com a instituição Senado junto. Como dizia o ex-senador Darcy Ribeiro, o Senado é o paraíso, com a vantagem de não se precisar morrer para chegar lá. Fora Sarney! Não precisamos de Senado.
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