"Dr. Sarney, se não for incômodo para o senhor, a gente pede por gentileza que, num ato de grandeza, tire uns dias para descansar. Em nenhum momento a gente quer se indispor com o companheiro Lula, que já nos pediu numa boa para aceitarmos a sua pessoa à frente das investigações e medidas saneadoras. Mas, pense com carinho na nossa proposta. A gente promete que na sua ausência vai cuidar direitinho das providências para varrer para baixo do tapete toda essa "coisa miúda" que a imprensa inventa e jogar na culpa dos funcionários que nos ajudaram em cada ato que achamos de natureza legal, mas a mídia tacha de imoral uso de dinheiro público. Muito obrigado, e a gente promete que não vai decepcioná-lo."
Essa é mais ou menos a síntese da nota que a bancada do PT no senado soltou hoje. Tímida, envergonhada, inútil. Pelo tipo de texto, trata-se de uma autêntica "resolução de bispo", um tipo de escrita onde ninguém bate em ninguém e todos leem como querem, puxando sardinhas para cada brasa, por estar a bancada com sérias divisões e, principalmente, centralizada burocraticamente por Lula e Dilma. Se não era para marcar uma clara diferenciação com a posição de Lula e dizer que o PT não aceita Sarney porque quer a moralização, nem precisavam gastar tempo de reuniões e redigindo nota para mostrar submissão ao governo. Já foi tempo que o PT reivindicava, exigia, impunha alguma coisa.
Não entendi porque submissão ao governo, o PT é governo (e aliás com muito orgulho disso) e como o partido do governo os seus deputados e senadores fazem parte do projeto criado e defendido pelo PT. A nota é tímida, imagino, porque interesses pessoias as vezes se sobressaem aos do partido, acho que nesse momento deve valer os interesses do partido porque o verdadeiro jogo é 2010 e se não ganharmos este jogo as mudanças(sic) serão outras...
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