Para não haver risco do próximo governo acabar com todos os programas sociais criados no seu mandato, como o Bolsa Família, Lula pretende enviar mensagem ao congresso para transformar as ações sociais em direitos na forma da lei. Em 2010 teremos eleições, e o discurso dos candidatos não-oficiais será o de manutenção, aprimoramento e ampliação dos programas sociais, porque ninguém quer chegar na TV e dizer que vai tirar o prato de comida do pobre.
Embora Lula tenha ido tão à direita que não consegue mais ver candidatos "de direita", o seu governo deixará algum legado na distribuição de renda, com a ampliação da classe média cujo consumo ajudou o Brasil a segurar o tranco da crise. Também avançou nas conquistas do campo, dos aposentados e do salário mínimo. Isso tem que ficar garantido, não apenas pela vaidade histórica do presidente, mas porque tudo foi resultado de lutas, inclusive o fato de Lula estar onde está foi um esforço militante dos que queriam mudanças que, infelizmente, ele não fez como era a expectativa.
A iniciativa é boa, e deixará os parlamentares de direita em situação desconfortável, talvez opondo os gastos sociais com os gastos militares, ou mesmo fazendo emendas demagógicas para aumentar os direitos a níveis inexequíveis e obrigar Lula a vetá-los. A mídia anti-popular fará campanhas escamoteadas, sem dizer que pobre não tem direito a nada, mas que isso representará um custo que inviabilizará investimentos. E também será um momento propício à conquista de novos direitos através da mobilização social, que infelizmente é controlada pelo próprio Lula, e só avançará até onde ele quiser.
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