Enfim o latifúndio conseguiu abrir a CPI do MST. Bois devem ser sacrificados em churrascos de comemoração em algumas sedes de fazendas improdutivas, já que o feito é histórico e demandou uma ampla campanha de mídia para forçar os parlamentares a assinarem a CPI. O objetivo da bancada do atraso ruralista é travar a reforma agrária, fortalecer o agronegócio extensivo em detrimento do pequeno produtor, e criminalizar a organização dos trabalhadores, como disse o deputado Ivan Valente (PSOL).
Passada a euforia, a bancada do latifúndio e do desmatamento vai perceber que a CPI pode ter o fim da já esquecida CPI da Petrobrás, onde não mandaram nada, e acabaram fazendo muito alarde e pouco estrago ao governo. Sem o controle da CPI, a vida mostra dois caminhos possíveis: uma investigação burocrática dos repasses de recursos públicos a entidades ligadas ao MST ou o tiro na culatra, com a ampliação do foco para os baixos índices de produtividade de setores do agronegócio que agora lutam contra a sua elevação, o desmatamento da Amazônia e do Cerrado, os transgênicos, a grilagem de terras, a escravidão de trabalhadores rurais, a criação de milícias armadas e o assassinato de lideranças rurais e mais um monte de mazelas creditadas aos grandes donos de terras.
Eu aposto mais na pizza em fogão de lenha feita na roça, já que o governo tem maioria e a bancada ruralista não vai dar oportunidade de ver questionados os privilégios que adquiriu ao longo de quase 500 anos de subsídios sem a contrapartida de modernização e produtividade, acumulando terras para especulação e enriquecendo com o modo de produção escravagista que vige até hoje. E o ruralistas ainda podem ter uma reação mais forte do movimento pela reforma agrária, já que mais da metade do que se fez até hoje em termos de distribuição de terras foi no governo Lula.
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