Só o ideal ou a falta de opção podem explicar que ainda tenhamos professores na rede pública. No Rio de Janeiro, a rede estadual perde cerca de 600 professores por mês, com salários na faixa de R$ 700. Além da falta de uma recompensa adequada pela dedicação, problemas como a falta de condições de trabalho, de incentivo à formação e mesmo a falta de segurança sacrificam ainda mais os profissionais.
Vida de professor da rede pública é : múltiplos empregos pagando pouco, corrigir e preparar provas em casa, politicagem no crescimento da carreira e nos incentivos à formação, turmas cada vez mais indisciplinadas e mal-educadas pelas famílias. Passei minha infância vendo meu pai até altas horas da noite rodando provas em mimeógrafo a álcool para ajudar a minha mãe, que foi professora de primeiro grau durante 27 anos e, apesar dos 80 anos, não se nega a dar aulas particulares de disciplinas variadas. Também a vi perder noites e finais de semana preparando aulas e corrigindo provas, sem qualquer remuneração adicional por isso.
Vi pelo interior do Ceará e Piauí professores recebendo uma micharia para dar aulas em lugares de difícil acesso. E também vejo muita demagogia nas instâncias do poder a cada dia do professor falando em valorização, em reconhecimento, mas nada de concreto é feito. Mais um 15 de outubro sem muitas razões para os professores comemorarem. Um ano depois de sancionada por Lula a lei que criou o piso salarial nacional para os professores, há descumprimento generalizado pelos estados (veja neste link).
Nenhum comentário:
Postar um comentário