Dois dados interessantes da conjuntura: nas últimas pesquisas sobre candidatos à presidência em 2010, a pré-candidata Dilma Roussef, do PT, chega mais perto do pré-candidato José Serra, do PSDB, e isso é uma tendência que aponta para o empate técnico em breve. A outra notícia é a recusa do pré-candidato Ciro Gomes, do PSB, de retirar sua candidatura, apesar dos sucessivos pedidos da base aliada e do Planalto, para forçar a polarização situação x oposição.
José Serra tem uma penca de defeitos políticos, mas não é nem nunca foi burro. Sabe que se houver a polarização e se Dilma encostar mais, ninguém tira dela a eleição. E ele tem pesquisas que mostram sua tranquila reeleição ao governo de São Paulo, que em termos de orçamento e poder é pelo menos 1/3 do governo federal. Disse que confirmará sua candidatura até abril. E se até lá acontecer a aproximação mais forte de Dilma, Serra irá para a derrota certa, ou optará pela reeleição tranquila?
É aí que entra a candidatura de Ciro Gomes, que nasceu politicamente na Arena, foi criado pelo coronelismo feudal cearense e formado pelo neocoronelismo urbano da escola de Tasso Jereissati, de quem é mais que pupilo e amigo pessoal: é aliado político. Com essa trajetória e tendo no currículo um governo no Ceará onde mostrou desprezo pelos pobres e pelos movimentos sociais, está credenciado a aceitar o apoio do DEM, PSDB, PPS e de toda a banda que ficará fora do poder caso Dilma emplaque a eleição.
Ciro é perigoso. Dotado de uma lábia de vender geladeira até no polo norte, de se fazer de santinho em meio a um rosário de pecados políticos cometidos ao longo da carreira, pode encantar no discurso um eleitorado como o de Collor, que o veja como salvador da pátria, e um anti-Lula. Com o apoio da direita, Ciro poderia emplacar. Vamos ver o que vem por aí nos próximos dias.
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