A tentativa de suborno a uma testemunha importante do escândalo do mensalão do DEM em Brasília, flagrada pela Polícia Federal, foi a peça que faltava para que o STJ ordenasse a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Isso constitui obstrução da justiça, e é o tipo de crime que leva os juízes a ordenar a prisão a bem das investigações. A defesa de Arruda já está tentando um habeas-corpus junto ao STF, e deve alegar que, por ter pedido afastamento agora há pouco, passando o cargo ao vice-governador Paulo Octávio, não poderá mais interferir nas investigações. Só se a justiça for cega e louca engolirá um caô desses.
A Procuradoria Geral da República está pedindo a intervenção federal, porque a organização criminosa que dominou o poder em Brasília não ficará impedida de achacar ou ameaçar testemunhas e destruir ou manipular documentos apenas com a prisão de Arruda. Há o envolvimento do vice e da maioria da Câmara Legislativa, e isso seria suficiente para, a bem da lisura do processo, que nem o vice nem o presidente da Câmara tivessem o controle do governo.
Paulo Octávio, a princípio, não quis assumir. Deve ter sido um desespero para os empreiteiros e especuladores imobiliários do DF, que dependem do governo para tocar obras e projetos imobiliários onde a presença dele ou de Arruda são essenciais para a manutenção dos negócios. PO também está preocupado com os holofotes, já que pode começar uma campanha de ataques contra ele por conta da exposição.
O DEM mandou que todos os seus filiados que têm cargos públicos no DF os abandonem imediatamente. Interessante isso, porque quando começou o escândalo o DEM disse que estava saindo do governo.
O julgamento da intervenção deverá acontecer na proxima quarta, quando se reúne a instância do STF com poderes para julgar. Caso aconteça a intervenção, o interventor será nomeado por Lula.
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