Bancos americanos ajudaram o governo grego, em 2001, a ocultar na contabilidade as dívidas que dificultariam o alinhamento do país para integrar a zona do Euro. Para entrar no clube, o país tem que ter, no máximo, a dívida pública de 3% do PIB. Essa fraude levou a Grécia a entrar capenga numa festa de ricos, e agora que as dívidas começam a aparecer e a fraude fica explícita, beira a insolvência. E aos operadores do mercado a desconfiar que outros países tenham feito a mesma jogada, já apelidade de "subprime" europeu, pois o segredo está no uso de derivativos financeiros.
O Euro já teve desvalorizações perante o dólar, e, pelo visto, vai perder mais valor, pois pode acontecer um efeito dominó sobre os demais combalidos do PIGS (porcos, em inglês), que são: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain).
Antes da denúncia da fraude, a comunidade do Euro exigia da Grécia a tradicional receita do capital: cortes em gastos públicos, congelamento de salários, enxugamento da máquina de governo, corte de programas e assistência social, apropriação de recursos de caixas de previdência, privatizações e aumento do tempo de serviço para a aposentadoria. O mesmo remédio que a direita aplica em todo o mundo, e que no Brasil os tucanos e demos queriam aplicar na recente crise.
Os trabalhadores gregos começaram uma jornada de protesto para não pagar a conta, com greves e outras manifestações. Agora que apareceu a denúncia da greve, a luta deve radicalizar. E, pior para a Grécia, é que na comunidade européia não há muito interesse em emprestar dinheiro para sanear sua economia, ainda mais agora que a fraude começa a ficar clara. Os investidores privados também já estão debandando, deixando a carniça para os mais pobres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário