Ao ser alçado a dimensões de divindade por tantos prêmios que o reconhecem como estadista mundial, Lula tem encontrado cada vez mais bicos e olhos grandes dos tucanos e da direita em geral negando sua existência política. O olho gordo pode ter provocado o piripaque de pressão alta que Lula teve, ficando impedido de receber o título de Estadista Global. Para a direita, tais honrarias são injustas, descabidas, uma usurpação e roubo ao trabalho brilhante da equipe que o antecedeu, responsável por tudo, segundo eles. Em resposta a essas "falsidades", cada vez mais a mídia planta textos e matérias jornalisticas no sentido de mostrar que o governo de Lula nada mais foi que a continuidade de FHC e que o mundo todo cresceu enquanto o Brasil cresceu, ou seja, apenas surfou numa realidade favorável.
A crer nessas teses, poderíamos fazer uma analogia onde FHC e a economia globalizada e neoliberal fizeram um imenso esforço para colocar o Brasil no topo de uma ladeira e, no momento de descê-la, Lula ocupou o volante e foi descendo na banguela, com a velocidade do crescimento aumentando e sentindo a brisa de todas as benesses que vieram a partir do trabalho dos outros. Ou seja, desde 1° de janeiro de 2003 o Brasil não tem presidente, já que o país é um teleguiado, programado para seguir seu rumo sozinho. Crises se resolvem sozinhas, a partir dos sólidos fundamentos deixados por FHC. Programas sociais e intervenção do estado na economia são parte das aspirações dos liberais que programaram o país para o futuro, só agora revelados.
Prá quê eleger um novo presidente? É só deixar o Brasil seguir seu rumo por inércia, no ponto-morto... Com presidente ou sem ele, o Brasil vai sozinho no rumo ao futuro traçado por FHC... Para eles, a "teoria do ponto-morto" explica como um iletrado, nordestino, migrante da seca, sindicalista, conseguiu chegar a 80% de popularidade com o Brasil num de seus melhores momentos.
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