Os desfiles do grupo especial das escolas de samba do Rio estão bastante nivelados. Praticamente não houve falhas técnicas capazes de tirar pontos das escolas, e cada uma apresentou um ponto forte competitivo. Nos desfiles da segunda-feira, a Mangueira se destacou pela capacidade de empolgar o público, a ponto de dar uma "paradinha" na bateria e deixar o povo cantar em alto som o seu enredo que homenageia a música popular brasileira.
No seu desfile, destaco a forte crítica à censura, caracterizada pela bateria vestida com uniformes de presidiário, tendo no peito a tarja "censurado" e grades com policiais no estilo gorila enjaulando-os no percurso. Um carro alegórico também foi dedicado à censura, e alas dedicadas a músicos que foram exilados, presos e torturados. Um tapa na cara da mídia e dos setores da direita que querem fazer esquecer os crimes que cometeram na ditadura militar. A Vila Isabel também fez um desfile interessante, capaz de motivar a platéia, com a homenagem aos 100 anos de Noel Rosa através de samba de Martinho da Vila.
A apuração das escolas de samba do Rio será nesta quarta-feira a partir das 15h. Acredito que os resultados serão muito próximos, pela falta de erros significativos. E pelo nivelamento pelo simples cumprimento de quesito técnico. Por exemplo: a Unidos da Tijuca certamente vai ter nota 10 pela sua comissão de frente, apresentando um show espetacular de mágica, que foi um grande diferencial. Outras escolas também merecerão o mesmo 10 fazendo muito menos, porque os jurados devem se ater ao exame de cada escola. E sempre há uma tendência a premiar mais certas escolas "nota 10" porque considera-se heresia dar uma nota 8 a qualquer dos quesitos.
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