No site do Ministério das Relações Exteriores está postada a programação de atividades em Israel, e nada consta sobre a tal visita que "Lula teria ser recusado a fazer". Além do que causaria problemas porque o sionismo é polêmico, tendo a Assembléia Geral da ONU aprovado em 1975 a Resolução 3379, onde decretava que " o sionismo é uma forma de racismo e de discriminação racial". Essa resolução foi revogada em 1991, contra o voto dos países árabes, por isso o governante brasileiro deve abster-se desse tipo de homenagem, que poderia significar parcialidade a favor de Israel ou insulto aos demais povos da região oprimidos por Israel.
A visita de Lula pode passar despercebida, a não ser pelo fato de passar uma noite na cidade de Belém, na Palestina, o que é inédito para um chefe de estado estrangeiro. Fora isso, os jornais locais, como o Haaretz e o Jerusalem Post nada trazem sobre a visita de Lula. Estão mais preocupados com a crise causada pelo anúncio da construção de 1600 casas israelenses em território palestino de Jerusalem, que coincidiu com a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, e despertou protestos em todo o mundo.
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, disse que isso foi um insulto a Biden, que tinha ido lá tentar reabrir as negociações entre Israel e os palestinos. Pareceu provocação para detonar a iniciativa americana. O primeiro-ministro israelense Netanyahu disse que "não sabia de nada" e "mandou investigar", sem mandar parar as obras. O fato é que as relações com os EUA ficaram estremecidas, os palestinos estão nas ruas para protestar contra as casas e o fechamento do acesso a dois dos seus templos sagrados. E Lula, no meio dessa crise, pode passar despercebido, porque tudo conspira contra negociações de paz neste momento. A não ser que "o cara" faça algo excepcional, como é esperado por lideranças dos dois lados que acham a mediação do Brasil "honesta" .
Para a Globo isso é pouco. Se não fizer gafe, vão ter que inventar. Se Lula tiver sucesso, pode ser indicado para Nobel da Paz, Secretário Geral da ONU e querem torpedear isso a qualquer custo. Chegaram até a alardear, com base numa matéria de um jornaleco americano, que as declarações de Lula sobre os presos de Cuba já teriam detonado as suas pretensões a Secretário Geral da ONU. Como disse o jornalista Luiz Carlos Azenha, a Globo empregou e demitiu Lula no mesmo dia.
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