O barraco armado pela namorada do Adriano, que saiu apedrejando os carros de outros jogadores do Flamengo ao flagrá-lo num churrasco para o qual não foi convidada, chegou à mídia e, abalado, Adriano não jogará contra o Caracas pela Taça Libertadores. Já veio da Europa com problemas emocionais, chegando até a dizer que ia parar de jogar. De repente, mudou tudo e se tornou o principal jogador e ídolo do Flamengo, chamou a atenção de Dunga, que o convocou para a seleção, enfim, sua vida caminhava para um novo ascenso. Aí, acontece uma estória mal contada dessas e derruba o cara de novo.
Andrade, técnico do Flamengo, ficou solidário ao jogador. O time, também. Resta saber o que a torcida acha disso tudo. Jogador de futebol é, no imaginário popular, o principal servidor público, o mais fiscalizado, e deve ser infalível para trazer as alegrias necessárias à atenuação de problemas da vida. Políticos, funcionários públicos, empresários, todo mundo pode fazer suas bobagens, mas com jogador é diferente. E no Flamengo, que tem um excelente plantel, a contemporização com a indisciplina virou uma regra.
Diretores, técnico, time, todo mundo parece desfocado do objetivo maior do seu time de futebol. Quem paga o pato é o Pet, que foi punido por indisciplina, e parece um pária no clube, por ter ganhado uma ação trabalhista. Mas ninguém vê o Pet na balada. Para os demais, a tolerância. Para a torcida, o risco de péssimos resultados. Nada contra o jogador ter sua vida particular, mas quando os excessos prejudicam a equipe, é hora de chamar o profissional às falas. Pensava que o problema era o Andrade, que dá uma de mãezona dos jogadores, mas parece que a direção do clube também contribui para essa irresponsável tolerância.
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