Imaginem essa baba de dinheiro aplicada em obras sem lei de licitações, com empreiteiros cobrando como bem entendiam por medições? Tenho parentes que trabalharam em construtoras na construção de alguns prédios de Brasília que contam que até cimento e pedra britada viajaram de avião, e que as estruturas metálicas fabricadas importadas, usadas na construção de quase todos os grandes prédios públicos, chegavam ao Brasil a preço de ouro. Tudo para acelerar a obra, que em 21 de abril de 1960 estava inacabada, mas mesmo assim foi inaugurada.
Graças a esse faraonismo, o país conheceu uma grande dívida externa e uma inflação galopante nos anos seguintes, que deram o clima para o golpe de 1964, dada a insatisfação popular crescente. E JK saiu como estadista. Hoje, pela associação perversa da política de especulação com terras públicas pelo GDF, sob controle dos empreiteiros que dominam o governo distrital, temos os imóveis mais caros do Brasil, que obrigam o governo a pagar maiores salários ou auxílios-moradia ao funcionalismo para viver por aqui. A incontinência com o dinheiro público está presente em Brasília desde sua fase embrionária.
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