Matéria de hoje da BBC baseada em pesquisa internacional afirma que 2/3 dos empregadores brasileiros têm dificuldades para preencher vagas de trabalho com profissionais de perfis adequados, por insuficiência de qualificação.
É o resultado de décadas de prioridade para o setor financeiro do capital, deixando de lado a educação, cultura, saúde e outras áreas necessárias à constituição e reposição da força de trabalho apta às oportunidades do mercado. Recentemente, já no governo Lula II, é que se duplicou o número de escolas técnicas, obedecendo a uma descentralização que leve a mais pólos regionais a oportunidade do ensino técnico.
Agora que a produção começa a ganhar espaço frente à especulação financeira, aparece o gargalo, que poderá comprometer a retomada do crescimento econômico sustentável. Diferentemente de obras públicas, onde o gestor pode colocar placas dizendo que "isto foi feito na administração de fulano", com educação não dá para ninguém andar por aí com os dizeres gravados no corpo: "formado no governo de sicrano".
São vários governos, um descaso que atravessa gerações. Espero que estejamos começando a reverter isso, para daqui a uns 20 anos colher os resultados, senão as opções serão: parar de crescer ou importar mão-de-obra qualificada.
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http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/falta+de+mao+de+obra+deixa+vagas+em+aberto+no+pais/n1237630655011.html
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Falta de mão de obra deixa vagas em aberto no País
Segundo pesquisa internacional, 64% dos empregadores não conseguem preencher postos por escassez de trabalhadores qualificados
BBC Brasil | 21/05/2010 09:20
Quase dois terços dos empregadores brasileiros encontram dificuldades de encontrar pessoas qualificadas para preencher cargos disponíveis, segundo pesquisa realizada pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower. Segundo o levantamento, que ouviu mais de 35 mil empregadores em 36 países, a escassez de mão de obra qualificada no Brasil só não é maior do que a no Japão.
Entre os empresários brasileiros, 64% disseram ter dificuldades para preencher suas vagas com profissionais qualificados. No Japão, esse percentual foi de 76%. Na média dos 36 países pesquisados, 31% dos empregadores disseram ter dificuldades em encontrar profissionais qualificados.
A crise econômica mundial, a partir de 2008, ajudou a reduzir o problema na maioria dos países. Em 2006, a média de empregadores que não conseguia encontrar profissionais qualificados em quantidade suficiente era de 40% nos países pesquisados.
Nos Estados Unidos, esse percentual caiu de 44% para 14% entre 2006 e 2010. Na Irlanda, país com menor escassez declarada de mão de obra qualificada, com 4%, tinha 32% em 2006. Na Grã-Bretanha, o percentual caiu de 42% em 2006 para 9% em 2010. A Espanha, outro país fortemente atingido pela crise, teve o percentual reduzido de 57% em 2006 para 15% neste ano.
Em movimento inverso, muitos países em desenvolvimento, que foram menos atingidos pela crise mundial, viram a escassez de mão de obra qualificada aumentar. Na Argentina, 41% dos empregadores diziam ter dificuldade de preencher seus cargos com gente qualificada em 2007, primeiro ano em que o país aparece na pesquisa. Neste ano, esse percentual aumentou para 53%.
Na China, o percentual era de 24% em 2006, caiu para 15% em 2008, mas subiu a 40% em 2010. Na Índia, houve um aumento menos acentuado: de 13% em 2006 para 16%, depois de chegar a 20% em 2009.
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