A tragédia provocada em parte por chuvas volumosas em Pernambuco e Alagoas trouxe à mídia a cidade de Branquinha (AL). As imagens de arrasamento lembram um pós-tsunami. Segundo pessoas entrevistadas na TV, a água deve ter subido mais de 12m. Imagens mostram objetos que flutuaram e se prenderam ás linhas de energia. Coisas da natureza? Sim, mas previsíveis e, por isso mesmo, a recorrência do problema coloca responsabilidades em quem deveria fazer planejamento, do urbano ao microrregional.
Procurei algumas informações sobre Branquinha. Cerca de 12 mil habitantes, emancipada em 1962, situada na microrregião de União dos Palmares (AL) às margens do Rio Mundaú. Procurando sua história, encontrei em vários sites os mesmos dados, porque toda a história da cidade foi perdida em uma grande cheia em 1949, que acabou com a cidade. Do site da Prefeitura, obtivemos o seguinte:
"A história não registra muitas informações sobre as origens do município de Branquinha pois os documentos e demais informações que facilitariam o trabalho de pesquisa. foram destruídos pela enchente do rio mundaú, ocorrida em 1949. A Prefeitura Municipal de Murici, onde se encontravam os arquivos, foi totalmente inundada.Os historiadores conseguiram resgatar que a colonização da cidade começou por volta de 1870. Moradores recém-chegados de outras regiões foram instalando pequenos sítios. O lugar foi crescendo às margens do rio Mundaú....
A cidade de Branquinha foi atingida por várias enchentes provocadas pelo rio Mundaú, depois dá de 1949, veio a de 1962, 1969 e 2000, deixando parte da população desabrigada e moradias demolidas, apesar da reconstrução, foram criados os conjuntos COAB, João Lira , Alto São Simeão e São Sebastião dando maior segurança aos moradores da cidade.Situa-se na Microrregião da Mata Alagoana, sendo seus limites: União dos Palmares, Murici e Capela, Viçosa, Chã Preta, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes e Flexeiras.Gentílico: branquinhense..."
Os registros anteriores a 1949 estão perdidos, mas a recorrência da tragédia por enchentes em pelo menos 4 vezes desde então deveria ter suscitado providências na forma de obras de prevenção em toda a calha do Rio Mundaú, pois barragens, dragagens e eliminação de habitações em áreas de risco poderiam ter sido feitas.
Agora tudo é emergência. A pobre cidade deverá ser reconstruída, porque dinheiro virá senão em ano político haverá exploração na falta de atendimento imediato. Há muitos mortos e desaparecidos na cidade e na região, e isso chama a atenção mundial. Vão fazer tudo de novo sem nenhuma providência para evitar novas tragédias?
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