Terminada a primeira rodada com uma baixíssima média de gols por partida, e um representativo número de resultados de até um gol de diferença, poderíamos pensar num equilíbrio entre as equipes. Uma favorita Espanha, sem perder há 37 jogos para times europeus, perde para a Suíça por 1 x 0, país sem tradição de bons resultados no futebol europeu e mundial. Bem, há que se considerar que entraram em campo que nem o Brasil ontem, em clima de "é mole", e se desesperaram com a retranca bem armada dos suíços.
O que pode explicar isso? Um dado interessante vem da seleção da Inglaterra. O goleiro Green, aquele do frango vexaminoso no jogo contra os Estados Unidos, não pertence a nenhum grande clube inglês, porque todos os goleiros dos principais clubes são estrangeiros. Isso se repete nas seleções de países onde a importação de jogadores é intensa. E quem são esses jogadores? Os das seleções de países sem tradição ou de mercados esportivos fracos. Vide o time do Dunga: a grande maioria dos titulares joga no exterior. Em suma: os países onde estão os times mais ricos têm prejuízos quando formam seleções, porque os melhores jogadores podem ser os estrangeiros, que serão seus adversários na copa.
Outro fator para o nivelamento por baixo (digo isso porque a retranca se sobrepõe aos bons ataques) seria a Jabulani, a tal bola maldita da Copa. De fato, a bola tem umas esquisitices de trajetória e corre muito, sendo problema para os goleiros e para as jogadas de precisão dos jogadores de melhor técnica. Se realmente a bola tiver esses problemas, poderemos estar diante de algo como um campeonato de sinuca onde os tacos são tortos, espirram e ninguém pode passar giz. Os menos habilidosos ou de menos recursos, acostumados à improvisação, poderiam estar levando vantagem com a bola infernal.
Passado o impacto dos resultados da primeira rodada, creio que os técnicos terão que mudar suas táticas para não serem surpreendidos e garantirem acima de tudo resultados escassos, mas que garantam os pontos. Isso poderá tornar os jogos mais feios e truncados. Mais gols de bola parada, de frangos e desvios da Jabulani, de escanteios, e menos de jogadas habilidosas envolvendo a organização das equipes. Tomara que não.
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