Vai até o dia 20 de junho, na Concha Acústica, em Brasília, a VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Fiquei surpreso com a qualidade e a organização do evento. Por se tratar de promover a iniciativa do homem do campo, de cooperativas, de manejo sustentável, extrativismo, orgânicos, diversidade, etc, pensei que dentro da Feira encontraria o poeirão que comemos no estacionamento.
Nada disso. Para surpresa geral, o espaço da Feira estava mais para shopping center, e em alguns momentos lembrando até Casa Cor, que para uma exposição onde os produtos são produzidos por gente com poucos recursos. Não fossem os patrocinadores de peso, como BB, BNB, Petrobrás, BNDES e outros para rachar a conta do evento, diria que a verba do Ministério tinha ido toda para fazer esse evento, e não ia sobrar nada para a agricultura familiar nem para a reforma agrária.
Tudo bem, não estavam expostos animais porque a ênfase era na agricultura familiar. Mas o que tinha de estande com carnes embutidas e derivados de leite não era pouco. Idem artesanato, feito com material do extrativismo. Também não havia camponeses ou assentados da reforma agrária, mas microempresários do negócio rural. Um micro-agrobusiness. A diferença é que não tem show de dupla sertaneja nem leilão de gado.
Infra-estrutura impecável, com banheiros limpos, água gelada à vontade em todo lugar para beber (umidade baixa em Brasília), boa praça de alimentação.
Muita coisa boa para comprar, de vinhos a alfajores de cupuaçu, farinhas, artesanato, doces e compotas, sabonetes aromáticos da Amazônia, comidas feitas de diversos lugares. Tem uma Praça da Cachaça e uma ala de cervejas artesanais. Todas as unidades da federação estão representadas, embora desproporcionalmente. Praticamente não havia nada de São Paulo. Já do sul, muita coisa, especialmente do RS e SC. Nesta sexta começarão as rodadas de negócios, afinal, um dos objetivos é aproximar produtores e compradores.
Para as crianças, há o Espaço Brincante, com a Arca das Letras e atividades com grupos musicais. Assistimos à apresentação do grupo Carroça de Mamulengos, muito divertido, que canta músicas ressaltando a ecologia, sustentabilidade, etc.
Entrada franca. Tem um esquema de ônibus que sai da rodoviária e volta, também de graça. Hoje o show na Concha foi com a banda do pernambucano Otto, que toca ritmos que passam pelo samba, mangue beat e até um tipo de reggae. Também de graça. Nesta sexta tem o show de Lenine . São cerca de 200 atrações musicais, no total. No sábado será a vez de Alceu Valença, e domingo, de Armandinho, Dodô e Osmar. Clique aqui para ver a programação cultural completa. Vale a pena ir lá para conferir.
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