Depois da grande pizza com a chancela do Conselho de Segurança da ONU, um navio irlandês, que se atrasou em relação à flotilha que sofreu ataque de pirataria de Israel, deverá tentar chegar a Gaza. A ONU resolveu que Israel fará "investigação parcial", ao invés de uma investigação internacional independente, como quer o governo brasileiro e vários países europeus. A ONU deu poderes ao lobo para apurar quem anda comendo as galinhas no galinheiro onde ele foi encontrado. Assim nem precisa investigar, bastando reapresentar o "idôneo" e "independente" relatório das forças armadas israelenses.
Os Estados Unidos fazem de tudo para evitar o linchamento de Israel. Israel parece filhinho de papai rico e poderoso que faz um monte de arruaças, taca fogo em mendigo, estupra menininhas e é sempre liberado porque tem as costas quentes. Da última vez que houve uma investigação independente, em 2008, que gerou o Relatório Goldstone, da ONU, Israel foi acusado de "crimes de guerra" pelo massacre de Palestinos com uso desproporcional de força militar, atacando até hospital da Cruz Vermelha Internacional.
É claro que o relatório, por pressão americana, teve que atenuar o efeito do massacre de palestinos dizendo que o Hamas também cometeu crimes, e o fato é que não passou de mais um pedaço de papel rasgado por Israel. Detalhe: quem era a Chanceler do país na época desse massacre era a atual líder da oposição, Tzipi Livni, a mesma que elogiou o assassinado de líderes do Hamas pelo serviço secreto israelense (Mossad) no início do ano, e agora pede a unidade em torno do governo para defender Israel das críticas internacionais. Oposição e situação são farinha do mesmo saco, direitistas, paranóicos e terroristas, que distoam da tradição pacifista do povo judeu. Levam o país ao isolamento e arrefecem as ameaças externas com provocações.
O navio tentará chegar a Gaza de dia, evitando que os piratas israelenses ataquem de surpresa. Já sabem que serão abordados, e se os governantes de Israel tiverem um mínimo de ética não repetirão o banho de sangue cometido há 4 dias. O mundo ainda aguarda providências contra os crimes de guerra de Israel contra os seus prisioneiros no grande campo de concentração que é a Faixa de Gaza, e a apuração da violência de estado que causou a morte de 10 pessoas no navio humanitário.
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