Nos últimos jogos do time de Dunga permaneceu na torcida brasileira a esperança de uma campanha crescente, onde a cada momento se perdoavam as rebaixadas atuações anteriores. Chegamos ao jogo de hoje com um bom resultado contra o Chile, onde o ataque jogou uns 30% do que no nosso imaginário estimamos. Para hoje, a expectativa era de mais que isso, e o gol de Robinho e a grande jogada dele com Kaká que quase fez um segundo gol alimentou essa perspectiva.
Terminamos o primeiro tempo ganhando, e era natural que os holandeses entrassem na etapa final com mais disposição, e o fizeram, ganhando praticamente todas as disputas de bola mais pela força que pela técnica, enquanto alguns dos nossos jogadores esperavam as marcações de faltas que não vinham. De repente, um gol acidental, com a Holanda ainda inferior em campo, transformou a poderosa seleção brasileira num time de pelada, desestruturado, nervoso, incapaz de montar jogadas com o diferencial que todos achávamos que teria. Luiz Fabiano estava perdido em campo. Kaká não conseguia armar jogadas. Robinho trombou com uma marcação forte. Mas, de qualquer maneira, estávamos empatados.
Veio o segundo gol. Felipe Melo, que teve a infelicidade de cabecear uma bola cuja trajetória já seria o gol, trombando com Júlio César, falhou na marcação de Sneider, que cabeceou sozinho. Já nervoso, acabou pisando covardemente um jogador holandês e acabou expulso. Forte candidato a bode expiatório do fracasso brasileiro, assim como em outra Copa o jogador Roberto Carlos foi crucificado por estar ajeitando o meião ao invés de marcar o jogador que fez o gol da nossa desclassificação. A partir daí, virou pelada. Lúcio foi para o ataque, Júlio Cesar foi para o meio de campo, e não houve condição de armar um ataque realmente perigoso.
Agora vem o tribunal pós-copa. O desequilíbrio emocional do time, inclusive de jogadores mais experiente, tende a ser atribuído ao regime de clausura que Dunga impôs e ao autoritarismo do técnico. A investigação tem que passar pelas razões de tão baixo rendimento de um conjunto excepcional de jogadores. Eu colocaria, na conta das superstições, a camisa azul e amarela, cores do PSDB, que dão um tremendo azar e só levam a perdas.
E agora que não tem mais Brasil na Copa, o que fazer? Diminuir o prejuízo. Felizmente a Itália já rodou, e ninguém chegará a penta. A Alemanha pode ser tetra. A Argentina, tri. Uruguai, tri. Só nos resta torcer pelos algozes laranjas ou pela Espanha, que nunca venceram uma Copa. Vou de Holanda, claro, depois de Gana, se não conseguirem chegar ao fim. A Espanha teve uma política de hostilidade a brasileiros e não seria a ideal para nosso apoio.
O ruim disso tudo é que os meios-feriados dos dias de jogos chegaram ao fim, e, pior, agora a baixaria eleitoral vai começar a entrar na pauta da mídia. Agora a Folha de São Paulo pode publicar o anúncio do Extra com a despedida da seleção na Copa, que tinha sido publicado há poucos dias...
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