Não foi novidade o ator Silvester Stallone falar bobagens sobre o Brasil em entrevista onde falava do seu filme "Os Mercenários" que estreará no Brasil em 13 de agosto. Andou fazendo piadinhas para o nível do seu público entender, dizendo que o Brasil é um lugar onde se pode explodir tudo que as pessoas agradecem, esculhamba a segurança do Rio, que desperdiçou recursos públicos para garantir sua equipe, enfim, algo muito pouco inteligente do ponto de vista do marketing para quem vai vender ingressos em salas de projeção brasileiras.
Para ele deve ter sido perfeitamente natural o comentário, haja vista a natureza da sua obra cinematográfica. Nos filmes "Rocky, o Lutador", a mensagem é a capacidade do norte-americano de se superar e vencer seus inimigos. Em "Rambo" vai mais além: tenta mostrar que as autoridades americanas foram burocráticas e fracas no trato da guerra do Vietnam, e um só soldado vai lá, explode tudo, mata todos e liberta prisioneiros que o governo relutava em aceitar que existissem.
Stallone personifica a truculência imperialista no cinema. A América é a número 1 e os outros são o resto do mundo. Brasileiros, franceses, italianos, ingleses, vietnamitas, africanos, japoneses e outros povos são sistematicamente discriminados por esse tipo de cinema, que vende muito no segmento que frequenta o péssimo sistema educacional americano e que desconhece onde fica o Oriente Médio e até hoje diz que a capital do Brasil é Buenos Aires. Stallone agora já sabe que é o Rio de Janeiro...
O inédito nisso foi a reação organizada, em especial dos jovens que frequentam as redes sociais e o microblog Twitter, que fizeram tantos acessos com a campanha "Cala a boca Stallone" que rapidamente o assunto atingiu a marca dos 220.000 comentários, o que chama a atenção da imprensa mundial ligada em manifestações desse gênero. Os comentários vão da indignação ao chamamento ao boicote ao filme, passando pela crítica ao comportamento dos brasileiros que abrem as portas a qualquer estrangeiro que chega por aqui, faz o que quer e ainda tem os agradecimentos da plebe tupiniquim.
O fato é que Stallone acabou pedindo formalmente desculpas aos brasileiros, demonstrando que existe vida inteligente na sua assessoria de imprensa. Brasileiro é muito bonzinho, como dizia a atriz Kate Lira num programa humorístico de alguns anos atrás, e isso é verdadeiro. Somos hospitaleiros, recebemos bem (nem todos, mas a maioria) e gostamos de mostrar as coisas boas do nosso país. E, a não ser que concordemos com Stallone, que diz ao mundo, no atacado, que somos um bando de idiotas e depois nos pede desculpas no varejo, deveríamos nos abster de ver seus filmes, e, o pior, ainda pagar por isso. Há coisas melhores no cinema.
Esso ja e de se esperar do primeiro mundo. Nós é
ResponderExcluirque temos que ter politicos com vergonha na cara
e deixar de ser educados pela tv. Esso é fichinha
mas não deixa de ser uma gosação com o nosso paiz
e o nosso povo, mais o boicote mão seria nada mal.
Pelo contrário, acho que deveríamos aplaudir o senhor Stallone por nos lembrar aqulilo que a Rede Globo e suas sucursais teimam em tentar esconder. Concordo com o colega acima (anônimo) quando diz que nossos governantes precisam de vergonha na cara. Só não concordo é com o boicote ao filme. O que devemos boicotar de fato são as eleições. Se fizéssemos isso, iniciaríamos um processo de mudanças reai, pois não dá para votar em um país que gasta 8 bilhões anuais com propaganda oficial e cujos deputados custam aos cofre 120 mil por mês.
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