Achei esquisita a ênfase da grande midia no fato de, segundo o Datafolha, Dilma estar a 3% de vencer no primeiro turno. Isso talvez possa ser traduzido por: "a eleição para presidente não acabou". Nem tanto por dar sobrevida a Serra, que está perdendo para Dilma em pessoa, e não para a candidata de Lula. E também perde pelas alianças com o que há de pior na política conservadora, pela associação a FHC e pela falta de realizações a exibir.
A questão central não é essa: se o programa eleitoral começa com a eleição presidencial em segundo plano, com Dilma garantida sem precisar usar Lula como trunfo, o foco passa para as eleições estaduais e de bancadas. Exemplo: Lula, que é o grande cabo eleitoral, pode se dedicar mais a apoiar candidatos como Agnelo, do PT-DF, que cresceu 6% segundo o Datafolha e se aproximou de Roriz, que tem 41%. Pode também fazer Mercadante crescer e forçar o segundo turno em SP. E pode servir de apoio para candidatos a deputado e senador. Esse é o grande temor dos que cercam Serra: a derrota ser geral, tipo "barba, cabelo e bigode".
A mídia que sustenta Serra morre de medo de uma vitória acachapante da situação, porque uma maioria congressual estável pode levar à discussão temas que contrariem seus interesses, como a limitação aos oligopólios de comunicação. Vai lutar até o fim para manter Serra vivo e evitar o estouro da boiada dos apoiadores dos demo-tucanos.
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