Ontem, numa solenidade no Palácio do Itamaraty, o presidente Lula concedeu a promoção pós-morte do diplomata Vinícius de Morais ao cargo de Embaixador. Vinícius, também poeta e músico foi cassado da diplomacia arbitrariamente, pelo AI-5 da ditadura militar. A anistia e promoção são atos de reconhecimento, pelo estado brasileiro, dos erros cometidos pelo regime de exceção.
Outro caso, mais polêmico, foi o do capitão Carlos Lamarca, que organizou focos de guerrilha em resistência à ditadura, e foi morto pelo exército em 1971. Pela anistia e posterior processo de reparação, Lamarca foi promovido pós-morte ao cargo de coronel, mas sua viúva passou a receber pensão em valor equivalente ao correspondente a general de brigada.
Foi uma solução política para não criar focos de tensão com os militares, que não aceitam ver alguém que consideram como desertor e traidor sendo tratado como general. Mesmo assim, clubes militares entraram na justiça e conseguiram liminar suspendendo o pagamento da pensão e a promoção.
O governo Lula fez muita coisa pela justiça aos que tiveram suas vidas e carreiras destruídas pela ditadura. Infelizmente, tem se mostrado tolerante à resistência reacionária ao resgate da verdade e à punição dos torturadores.
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