No programa de TV, o candidato demo-tucano José Serra usou a imagem de Lula para tentar associar-se ao sucesso do seu governo e confundir o eleitorado. A tática dos seus marqueteiros é de afirmar que "depois que o Lula da Silva sair, é o Zé que vai entrar", como diz o jingle que também tenta colar Serra a Lula. Tentam fazer de Zé, O Competente, o herdeiro natural das realizações e do prestígio de Lula.
A jogada da propaganda enterra de vez qualquer referência ao patrono de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O tucano quer subir na garupa de Lula, e tirar Dilma de lá. No programa de rádio, usou um personagem com a voz igual à de Lula para elogiar o seu governo.
FHC está ressentido, porque além de ser escondido por Serra, ainda é apunhalado com a tentativa de adesão do seu candidato ao inimigo Lula. Os aliados, como o mensaleiro Roberto Jefferson, do PTB, está indignado com a falta de diálogo de Serra com os seus parceiros. Está pronto para deixar o barco. Pior, atirando contra Serra.
O PT vai entrar com representação no TSE pedindo a suspensão do uso de imagens de Lula e do jingle. Diz a Lei 9507 (Lei eleitoral), de 1997:
Art. 54. Dos programas de rádio e televisão destinados à propaganda eleitoral gratuita de cada partido ou coligação poderá participar, em apoio aos candidatos desta ou daquele, qualquer cidadão não filiado a outra agremiação partidária ou a partido integrante de outra coligação, sendo vedada a participação de qualquer pessoa mediante remuneração.
O desespero bate às portas tucanas e demoníacas. Primeiro, querem se apropriar de Lula. Não conseguindo, vão partir para a imundície com o apoio da mídia aliada. Será que isso traz votos a Serra? Claro que não. As campanhas dos candidatos da coligação nos estados desprezam a existência de Serra, para não o terem como âncora, ou seja, aquele peso que arrasta para o fundo.
A campanha de Dilma disse que não vai baixar o nível para rebater as baixarias. Apenas usará a lei e o direito de resposta. É isso aí. Quem quer governar não pode tentar enganar eleitores, nem ficar respingando nos outros a lama onde fuça. Tem que fazer campanha de propostas, e mostrar perfil de estadista.
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