O Vox Populi confirmou os valores apontados pelas tendências que eu previra: Dilma tem 45%, Serra tem 29%. Ainda não aconteceram as subidas de Marina e de Plinio, que são viáveis diante da maior exposição dos candidatos. Pelo resultado, Dilma venceria no primeiro turno.
O programa eleitoral inicia num cenário ideal para Dilma, com a sua campanha em crescimento e a de Serra descendo a ladeira, sem muitos recursos para virar o jogo. O programa de Dilma foi forte na tentativa de mostrar que Dilma nasceu de uma costela de Lula, ou foi clonada dele, ou é irmã siamesa ou, no mínimo, gêmea univitelina, o que é muito importante para o crescimento dela, porque muita gente que simpatiza com Lula ainda não sabe quem é o seu candidato. Seu programa praticamente a coloca como eleita, com tranquilidade, trabalhando a sua imagem de competência para contrapor ao que seria o diferencial de experiência que Serra tenta vender.
Serra fez um programa que mais parece que sua candidatura é a Ministro da Saúde. Chegou a dizer que, antes de ser ministro, havia filas e demora nos hospitais públicos. Isso é perigoso, porque quem viu teve a impressão dele ter dito que acabou com as filas, e isso provoca uma dissonância com a percepção do eleitor, que sabe que as filas sempre estiveram aí. Também abre o flanco ao ataque de Lula, que poderá dizer, com autoridade, que o fim dos 40 bi da CPMF, criada pelos tucanos e por eles tirada para prejudicar o atual governo, piorou o financiamento da saúde. O programa deve ter também despertado a ira do setor "heavy metal" do DEMO, porque não bateu em ninguém, não denunciou ninguém, nem demonizou ninguém. Vai ter DEMO indo parar nos hospitais do Serra com hipertensão ou enfarto.
Marina veio com um programa que o telespectador, se estivesse distraído, diria que era um documentário da Discovery Channel sobre meio-ambiente. Plínio apelou para o humor, botando caricaturas de Dilma e Serra num ringue, no estilo da programa do Mastercard, falando que ambos têm financiamento de banqueiros, e no fim um jovem meio nerd e fraquinho, com a camisa do PSOL, derrota os dois, fechando o quadro com "não tem preço". Plínio foi curto e incisivo. Vai ser uma apoio importante para eleger parlamentares do partido.
O PCO apresentou o Rui Pimenta impecável, agora de terno e gravata, bastante claro. Ivan Pinheiro também teve um bom desempenho para o tempo disponível. Sua missão será divulgar que o PCB é o sucessor do partidão de 1922, dissociá-lo da degeneração de Roberto Freire e do PPS e tentar eleger parlamentares. O PSTU fez uma leve crítica ao período FHC e dedicou o resto do programa ao ataque às contradições do PT e do governo Lula.
O melhor do programa veio depois: a parte de humor, com as figuraças que se candidatam a deputado federal. Destaque para a campanha dos candidatos da base aliada de Lula, que aposta na identificação como "time do Lula". Isso dá voto. Outra coisa notável foi que os candidatos que apoiam Roriz para o governo e outros não mostram o nome de Serra como candidato a presidente.
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