Por conta desse ataque, o ex-presidente George W. Bush invadiu e destruiu o Iraque, e atolou vários países numa guerra sem fim no Afeganistão, que se espalhou para o Paquistão. Bush não atacou nenhum símbolo religioso, nem uma religião especificamente. Usou o pretexto da "guerra contra o terror " para se apossar de reservas de petróleo. O mundo islâmico não se opôs fortemente a tudo isso. Agora é diferente. Mexeram com algo sagrado para eles, e a reação será proporcional ou maior à ação irresponsável do tal bispo.
Os cerca de 1 bilhão de muçulmanos pelo mundo estão alvoroçados com a provocação do pastor. O governo se esforça no sentido de dizer que ele não fala pelos americanos, e até o secretário de defesa dos EUA ligou para o pastor para pedir a ele que reconsiderasse a proposta. No Brasil, o provocador já estaria enquadrado por intolerância. Em 1995, o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Van Helde, no dia de Nossa Senhora de Aparecida, ofendeu com palavras uma estátua da virgem e a chutou, perante fiéis. A cena foi gravada e o pastor foi processado e condenado por crimes de discriminação reliosa, vilipêndio a imagem e incitação ao preconceito religioso.
Para quem já tem ódio ao imperialismo americano, o chamado do clérigo à destruição de símbolos que são sagrados para 1 bilhão de pessoas é um prato cheio para as manifestações de hostilidade. Bandeiras americanas começam a ser queimadas, e as tropas de ocupação no Iraque e Afeganistão entram em alerta. Turistas, embaixadas e empresas podem ser alvos do ódio religioso em reação ao sectarismo irresponsável.
O mundo não está a fim de uma nova Cruzada. Até agora não se sabe de islâmicos pregando a queima de Bíblias. O estado americano é laico, assim como o brasileiro, e o governo deveria intervir para fazer valer o respeito ao direito de opção religiosa, até porque há milhões de seguidores do Corão em território dos Estados Unidos. Mais uma vez a violência religiosa pode causar vítimas.
O governo Obama, em nome talvez da liberdade de expressão, fica olhando as coisas acontecerem, só se rebaixando e dando holofotes ao provocador, que aproveita seus 15 minutos de fama para impor condições para abrir mão dessa insanidade, como impedir a construção da mesquita. Se hoje não fazem nada, amanhã não poderão reprimir outros tipos de intolerância, como a pregação neo-nazista.
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