O adiamento da decisão sobre a presidência, a derrota de Dilma em Brasília e a única militância existente, mesmo de ideologia difusa, com Marina são fatores que podem dar fôlego à greve dos bancários, pressionando o governo e os pelegos sindicais arregados por negociações mais favoráveis. Em eleições anteriores, os bancários dos bancos públicos ocupavam as principais trincheiras em defesa de Lula e do PT, e Dilma não conseguiu empolgá-los. Sete anos de manutenção do arrocho deixado por FHC também fundamentaram essa falta de estímulo.
A pouca militância existente, que apoiou gratuitamente Marina, vem do movimento estudantil, também minado pelo peleguismo governista das direções pró-Lula, e tem forte presença na juventude. A internet foi chave nisso. Nos bancários, os mais jovens entraram na onda de Marina, e também os contrários ao PT, que nutrem tal antipatia por conta do aparelhamento e do fisiologismo sindical.
Dilma, Serra e Marina não fizeram qualquer declaração que balize o futuro da categoria bancária. Ninguém atacou os altos juros, os ganhos indecentes dos banqueiros com as altas taxas de juros, nem deixou claro o que farão com os bancos públicos. A greve continuando poderá forçar Dilma e Serra a posicionamentos mais claros. Da parte do governo, que participa da mesa única de negociações com os banqueiros, fica faltando a sinalização pela reposição das perdas salariais, enterradas pela pelegada sindical nas pautas de negociação desde que Lula chegou ao governo. Agora é hora da militância tomar a direção do movimento e impedir que os pelegos enterrem a greve nas próximas horas. Quanto mais durar, mais poderá conquistar.
Hora também de colocar nas discussões a gestão dos fundos de pensão, a resolução CGPC 26, as apropriações ilegais dos superávits, a revisão de benefícios, etc. Nenhum voto gratuito para Dilma deve ser dado pelos bancários, se não houver sinalizações positivas da parte do governo.
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