Com a apreensão de 40 toneladas de maconha nas recentes ações policiais, a oferta do produto nas prateleiras das bocas de fumo ficará mais escassa, e a lei do mercado é implacável: vai subir de preço. O mesmo deve acontecer com o pó e o lança-perfume, muito usados nas festas de elite de fim de ano. Alguns bacanas, que já tinham problemas de caos aéreo, agora encararão a inflação nesses gêneros de primeira necessidade para suas festinhas. Possivelmente o COPOM subirá as taxas de juros para combater o efeito da inflação pela falta das drogas. Os preços das "drogas legais" também deverão subir, pelo aumento de demanda. Vai ter mais gente indo em cana no fim de ano pela Lei Seca que por porte de de drogas...
Agora falando sério: é dificil neste momento avaliar a extensão dos estragos feitos à economia do crime com a perda dos territórios do Alemão e do Cruzeiro. A quantidade de drogas apreendida nesses armazéns do tráfico secará as redes de distribuição instantaneamente, até a reposição. Há estudos que afirmam existir 16 mil empregados do tráfico no Rio. Nesses territórios, além das bocas-de-fumo, havia uma oficina de manutenção de armas, um hospital, refinaria de drogas, locais de processamento (endolação), centenas de soldados, olheiros, vaporzeiros, fogueteiros, etc.
Sem a mercadoria para trocar por dinheiro, e sem as prisões imediatas de boa parte dessas pessoas, haverá uma crise social instantânea, de desdobramentos imprevisíveis. Para completar, bens das famílias dos traficantes estão sendo confiscados, e deverá faltar dinheiro para pagar a folha do tráfico. Boa parte das pessoas que se encontrava abrigada no Alemão era refugiada do Cruzeiro, e de outras áreas da cidade expulsos pelas UPPs. Não devem ter parentes para garantir basicamente comida e moradia.
Como parte da população tende a não ajudar, e ainda denunciar, o que farão? O controle dos acessos às comunidades impedirá que voltem ao asfalto para fazer assaltos. Terão que agir dentro das favelas, aumentando a violência. Por outro lado, irão se expor mais, sujeitando-se à captura ou morte pela ação da polícia. Apesar da mídia falar em libertação e paz, ainda vai rolar muita violência antes da opressão do tráfico acabar nas áreas ocupadas.
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