A crise internacional afrouxou o poder americano pelo mundo árabe. Enquanto a política externa dos EUA segue a reboque dos interesses estratégicos de Israel, colocando o Irã como a bola da vez para o intervencionismo, fermentava no quintal "pacificado" a ascensão do movimento popular que ganhou dimensões inimagináveis na Tunísia, e em seguida contaminou o Egito.
Na Palestina, documentos secretos divulgados pelo Wikileaks dizem que o governo do Fatah, grupo moderado que negocia com Israel sempre amargando derrotas, tem aceitado cada vez mais e mais imposições para cessão de territórios, a ponto de estar negociando a criação de um estado palestino em um território equivalente a 1/10 do dedicado pela resolução da ONU que criou o estado judeu. Essa submissão em breve levará o levante aos territórios ocupados, esquentando mais ainda o clima em torno de Israel.
A situação ainda não está definida no Egito, podendo haver um banho de sangue, mesmo com a renúncia do ditador Hosny Mubarak e do seu governo que há 30 anos domina com mão de ferro o país. A disposição do movimento é de ir às últimas consequências. A CNN destaca mais a ação dos saqueadores que das atividades políticas de derrubada do regime. Nos Estados Unidos, em várias cidades as comunidades egípcias vão às ruas para manifestar apoio ao movimento pró-democracia, com cartazes que pedem a Obama que pare de sustentar os tiranos pró-americanos.
Saindo o Egito do domínio americano, a correlação de forças no Oriente Médio ficará bastante desfavorável a Israel, que partirá para a agressão militar em larga escala para impedir, por exemplo, que seja aberta completamente a fronteira com a Faixa de Gaza, acabando com o campo de concentração mantido por Israel na área dominada pelo Hamas, pró-iraniano. O dominó pode não ter parado de derrubar peças, porque há outros regimes autoritários em toda a região, que mantém boas relações com os americanos, que podem cair em breve.
Seria o momento dos EUA, que são os responsáveis pelo regime genocida e autoritário de Israel, imporem aos seus aliados um processo de paz com a criação de dois estados, de acordo com a resolução da ONU. Sem isso não haverá paz, e o caminho será o da guerra total contra Israel.
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