Líderes da oposição líbia e documentos do Wikileaks afirmam que grandes empresas americanas das áreas de petróleo e armamentos que ganharam muito dinheiro com Kadafi no poder são um dificultador para a sua saída, pois o lobby pró-ditador é poderoso. A denúncia está no site Huffington Post em uma longa matéria.
Esses grupos do grande capital criaram a USLBA - US-Lybia Business Association, que é administrada pelo Conselho Nacional de Comércio Exterior americano, instituição que facilita oportunidades internacionais para companhias dos EUA no mundo.
O time é pesado: BP, ExxonMobil, Halliburton, Chevron, Conoco, Marathon Oil (petróleo); Raytheon and Northrop Gruman (defesa); Dow Chemical and Fluor (química), entre outros, são parceiros de negócios com o regime de Kadafi. O comércio bilateral EUA / Líbia totalizou US$ 2,7 bi em 2010, enquanto em 2003 não havia nada.
A queda de Kadafi sem um acordo prévio de transição com a frente oposicionista é o objetivo desses grupos, daí a razoável tolerância do governo americano no prolongamento da crise, sem tomar medidas militares, apenas boicotes e ameaças. Obama ontem pediu para Kadafi sair já, como quem fala com um empregado que, por sinal, não obedeceu. Congelaram as fortunas do ditador nos EUA, Inglaterra e Suíça, e isso dificulta a solução.
Matar Kadafi é possível, dado o potencial de assassinos dos serviços secretos do ocidente, mas não resolve a crise com as oposições, que não se colocam como anti-ocidentais nem fundamentalistas religiosos, mas têm um viés nacionalista que não interessa aos grupos de investidores. Em algum momento as oposições vão dar alguma garantia a esses grupos, e Kadafi será descartado, seja para uma cova na areia do Saara, ou para um exílio dourado.
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