No cenário federal, Obama não só não consegue fugir dos trilhos do neoliberalismo e fracassa nas reformas sociais, como se coloca nos mesmos trilhos da política externa de Bush no Oriente Médio, apoiando ditadores árabes e mantendo a política de apoio ao estado criminoso de Israel na expropriação de terras dos palestinos. Há dois dias, contra o voto de outros 14 membros do Conselho de Segurança da ONU, os EUA rejeitaram uma moção condenando a construção de novas casas de israelenses em terras roubadas dos territórios palestinos.
Obama também não consegue fazer o país sair da crise, porque enfrenta a direita que a todo momento impõe cortes orçamentários, sabota programas sociais e mantém aquecido o aparato político-militar com imensos gastos públicos, fomentando as guerras pelo mundo. O governo Obama está paralizado, e os dois anos que faltam para as próximas eleições poderão ser uma lenta sangria dos democratas, abrindo espaço para a ascensão da extrema-direita ao governo. No mundo, o que está ruim, pode piorar muito, com mais truculência imperialista na defesa dos interesses do Tio Sam.
O cineasta Michael Moore, ferrenho opositor da direita, publicou artigo convocando os jovens a manter o espírito que levou Obama ao governo, e a protestarem nas ruas exigindo reformas que tirem os EUA desse destino aparentemente inexorável, de tornar-se a mais ameaçadora potência direitista do mundo, tomando os poucos direitos sociais e sacrificando mais a classe trabalhadora para dar mais aos ricos. Não será surpresa se a onda anti-ditatorial que toma as ruas do mundo árabe vier a frutificar no país mais rico do mundo, onde a plutocracia capitalista e sua democracia de fachada podem estar ruindo junto com a economia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário