Neste ano há algo mais a refletir: com o acidente nas usinas de Fukushima, no Japão, depois do terremoto e tsunami e vazamento de material radioativo, qual será a alternativa da humanidade para obter energia, se também são questionadas as hidrelétricas e todas as fontes que geram aquecimento global?
Diante da preocupação com o aquecimento global, a energia nuclear foi reabilitada como opção, pois não queima combustíveis fósseis nem gera gases de efeito estufa. Novas gerações de usinas se tornaram mais seguras, tanto na prevenção de acidentes como na retenção dos rejeitos nos próprios prédios, lacrados ao final da vida útil. Uma quarta geração de usinas está a caminho, trazendo todas as preocupações com possíveis acidentes anteriores, e certamente os problemas do Japão também obrigarão à revisão das normas.
O fato é que a humanidade desperdiça energia, e tem um padrão de consumo que exige mais e mais produção desse insumo. A inclusão social também aumenta a demanda, basta ver programas do tipo Luz Para Todos, que trouxe ao consumo mais de 13 milhões de pessoas, que puderam comprar eletrodomésticos, usar equipamentos para produção, etc. Considerando que Brasil, China e India estão no mesmo passo de expansão da inclusão social, com populações gigantescas beneficiadas, grandes soluções requererão algum tipo de dano ao ambiente.
No Brasil o governo anuncia a construção de mais duas usinas nucleares, além de Angra 3, que deverá ser concluída em 2015. Depois do acidente no Japão, é natural que haja mais preocupações e protestos contra a expansão do programa nuclear, mas não se está deixando alternativas, porque mesmo hidrelétricas em lugares ermos, como Belo Monte, estão sendo questionadas. Assim sendo, só restará a alternativa de frear o crescimento do consumo, num momento onde, depois do apagão de FHC, praticamente tudo que se produz passa por classificação de eficiência, como o Selo Procel.
Energia eólica e solar ainda são ineficientes, a um custo por kW muito mais alto que a energia hidrelétrica, ocupando grandes áreas com os equipamentos, muito mais que as de alagamento, em alguns casos. A humanidade vai se resignar a promover apagões à medida que cresça a demanda energética? Como não há tempo para desenvolver uma fonte de energia mais eficiente, como a fusão nuclear, até que haja o colapso, sem a construção de novas unidades de grande porte, iremos parar o desenvolvimento, ou condenar à escuridão populações que ainda não estão na "civilização da energia"?
No b487.985
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