Sindicalismo : Dilma vai às compras?

Amanhã a presidente Dilma receberá no Palácio do Planalto seis centrais sindicais : CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CGTB. Segundo o Informe PT (abaixo), "a idéia do encontro é reduzir as áreas de atritos entre o governo e as entidades".

O lado positivo da iniciativa do Planalto é receber das centrais a pauta com quatro itens: reajuste da tabela do IR, reajuste das aposentadorias acima do mínimo, fim do fator previdenciário e desoneração da folha de pagamentos. Seria uma forma de negociar alguma coisa depois que o governo passou o trator no movimento sindical aprovando o salário mínimo de R$ 545.

Há quem diga que, fora da pauta, a "redução de áreas de atrito" passa por fisiologismo, ou seja, cargos em troca de pacificação do movimento sindical. Considerando o que aconteceu no governo Lula, Dilma pode aproveitar a oportunidade para ir às compras, garantindo o controle social durante o seu mandato com migalhas a sindicalistas pelegos.

Interessante é que não foi convocada a CSP-CONLUTAS, ligada ao PSTU, que não faz parte da base de apoio ao governo. Para o Informes PT, ela não está entre as seis centrais do país.

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Informes PT n° 4675 - 10/03/11

Dilma recebe centrais sindicais amanhã

A presidente Dilma Rousseff convocou as seis centrais sindicais do país para uma reunião nesta sexta-feira (11) pela manhã, no Palácio do Planalto. A ideia do encontro é reduzir as áreas de atritos entre o governo e as entidades.

Segundo o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, Dilma não estabeleceu pautas para a reunião. Os sindicalistas, no entanto, definirão entre hoje e amanhã uma agenda consensual para ser levada à Brasília.

Os sindicalistas devem fechar uma pauta conjunta em torno de quatro temas, que serão discutidos com a presidente: a desoneração da folha de pagamentos, a correção da tabela do Imposto de Renda (IR), as aposentadorias que não sofrem reajuste direto do salário mínimo e o fator previdenciário.

As centrais devem negociar com Dilma uma correção superior aos 4,5% na tabela do IR - o reajuste que deve ser levado à reunião ficará entre 5,5% e 6%. Os sindicalistas avaliam que parte da derrota sobre o valor do salário mínimo de 2011 - fechado em R$ 545, enquanto as centrais defendiam R$ 560 - pode ser revertida com um reajuste mais elevado na tabela do IR.

Ao todo, participarão da reunião 12 dirigentes sindicais. Dilma solicitou que cada central enviasse dois integrantes, assim, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CGTB serão representadas por seus respectivos presidentes e secretários-gerais.

A reunião será a primeira entre Dilma e as centrais.