Nem era para causar. Como cidadão, o general Heleno tem o direito de pensar o que quiser. Como militar da ativa, em posição de comando, não lhe cabe transmitir aos seus comandados seus pensamentos com a verdade absoluta, fazer política com isso. Nem ele, nem um executivo de uma empresa pública, nem alguém em qualquer cargo de direção de ente governamental, para não ferir o princípio constitucional da impessoalidade do estado.
Se quiser fazer política, lhe é facultada a opção por filiação partidária e a disputa eleitoral. Pode botar carro de som fora do quartel e fazer discurso pedindo votos. Pode palestrar à vontade em clubes militares, quando na reserva. No mais, é respeitar as regras militares, infelizmente descumpridas desde o período de redemocratização. Todo 31 de março, militares fazem discursos políticos às tropas, como se fossem ordens, com apologia à quebra das regras democráticas.
Enfim, alguém tomou uma providência para parar com esse absurdo anti-democrático. Bons militares não podem sair falando o que lhes passam por tradição. Têm que saber que há limites, que infelizmente, por tabu ou medo de tratar esses assuntos com transparência e sem buscar a apuração da verdade histórica, parece que ninguém lhes passa.
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