segunda-feira, 16 de maio de 2011

EUA : Dívida bate no teto

O presidente americano Barack Obama manifestou preocupação com a dívida americana estar chegando ao limite orçamentário sem que o congresso faça novas provisões. Essa é a queda de braço com os republicanos, que querem cortes profundos no orçamento. Claro, na área social, porque sustentar guerras, serviços de inteligência e tiranos aliados não está no escopo das preocupações deles. E mais: baixar gastos baixando impostos sobre os mais ricos.

Como os americanos são bem organizados, aí vai o link do "relógio da dívida", que contém dados interessantes incrementados a cada instante. Entre eles o da balança comercial com a China, o valor gasto com petróleo (geral e o comprado do cartel da OPEP), o teto da dívida e a execução orçamentária dos gastos, etc. É http://usdebtclock.org/ Mostra que a dívida pública "per capita" é de cerca de 46 mil dólares, enquanto a dívida por contribuinte é de 129 mil dólares. As dívidas pessoais (hipotecas, cartões, empréstimos) chegam a 51 mil dólares por pessoa. A dívida pública já chega a 97,77% do PIB.

Resumindo: cada americano (homem, mulher, criança, velho, etc) deve, em média, a bagatela de 97 mil dólares, uns R$ 155.200. No Brasil, a relação dívida/PIB está na faixa dos 45%. A dívida externa em março/2011 era da ordem de US$ 280 bilhões, segundo dados do Banco Central . A dívida interna deve estar na faixa de 1,8 trilhões de dólares. Como temos hoje cerca de 192 milhões de habitantes, a dívida pública "per capita" no Brasil deve estar na ordem de 10.833 dólares, ou R$ 17.333. Os americanos devem R$ 73.600 cada um, só da dívida pública.

A maior preocupação de Obama tem a ver com a credibilidade da America perante os investidores. Há poucos dias a classificação de risco da dívida americana sofreu o primeiro rebaixamento da história. Se não houver solução para a manutenção do nível de endividamento, que tem servido à ativação da economia, os Estados Unidos perderão o ritmo de crescimento, podendo entrar em uma nova recessão. Com a perda da confiança, os investidores exigirão maiores taxas de juros para financiar a dívida, aumentando o gasto do governo.

Se os republicanos vencerem a disputa, os Estados Unidos não poderão mais emitir tantos dólares como vêm fazendo, desvalorizando sua moeda para tornar mais competitivos os seus produtos de exportação. A valorização acabará afastando o turismo pelo aumento dos preços, que também causarão inflação. Isso teria impactos no Brasil, com a valorização do dólar, facilitando as exportações. Se os juros americanos também subirem, haverá um redirecionamento dos capitais que chegam por aqui buscando facilidades, que migrarão para a economia americana. Aí a mídia dos banqueiros dirá que temos que aumentar os juros para atrair capital estrangeiro...

Um comentário:

  1. Os EUA caminham a passos largos para uma situação de ruptura que, a acontecer, colocará a Europa de rastos.
    Tenho inveja de não viver no Brasil, um País mais resguardado destes vendavais que se avizinham.

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