sábado, 7 de maio de 2011

Libia : lideranças tribais pró-Kadafi pedem anistia

Terminou ontem a reunião da Conferência Nacional das Tribos Líbias. As lideranças leais a Kadafi pediram uma lei de anistia geral que inclua todos os que se envolveram na crise e pegaram em armas.

Depois de quase três meses de guerra civil, os rebeldes não conseguem avançar mais, e a OTAN não consegue, mesmo atacando Tripoli e atuando contra o governo, mudar a correlação de forças no conflito. Se no início do conflito houve vacilação nas forças governistas, com a defecção de vários militares e dirigentes para o lado dos rebeldes, com o tempo Kadafi conseguiu galvanizar seus apoios, e agora tem tropas motivadas e armadas ganhando terreno. Na cidade de Misrata, que é a única a oeste da Líbia dominada pelos rebeldes, fecha-se o cerco e pode acontecer um massacre nos próximos dias.

A ONU está desmoralizada pela parcialidade no conflito e não pode mediar mais nada. Os EUA no momento querem distância da dispersão de recursos, porque deram sumiço em Bin Laden, têm informações para martelar a Al Qaeda e faturar mais votos para a reeleição de Obama. A Itália está pagando pelo apoio aos rebeldes, invadida por centenas de milhares de refugiados, que não consegue repassar ao resto da Europa. A OTAN caiu na vida, e a missão que seria de "proteger civis e evitar massacres", como dizia a resolução da ONU, virou "matar Kadafi e família" e fomentar o suicídio dos rebeldes em luta contra forças mais bem preparadas.

O apelo pela anistia parece inócuo, diante da radicalização das partes. Se houver um lado vitorioso, o outro será aniquilado com o tempo. O fato é que o país está sendo destruído, tornando-se alvo fácil para a tomada por uma potência estrangeira, à medida que se exaurem as forças capazes de defender sua soberania.



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