segunda-feira, 20 de junho de 2011

Acidente na Bahia mostra elo de Cabral com empreiteira



Interessante como os fatos vão aparecendo devagar, e por isso mesmo levantam suspeitas de tentativa de abafamento. Primeiro, a notícia era da queda de um helicóptero em Porto Seguro (Bahia), que teria causado a morte da namorada do filho do governador do Rio, Sérgio Cabral. Depois, a notícia da ponte aérea de helicóptero, que na viagem seguinte levaria o filho do governador. Depois, que Cabral estaria na Bahia para prestar solidariedade. Por fim, Cabral teria ido na primeira viagem para um resort de luxo, no helicóptero de um empresário, que morreu no acidente. Entre os mortos, está a esposa do dono da construtora Delta, uma das que está à frente das obras de reforma do Maracanã para a Copa de 2014.

Não fosse o acidente, ninguém saberia do grau de afinidade entre o governador e a família do empreiteiro, viajando juntos para um fim de semana regado a luxos num lugar paradisíaco.

Cabral parece ter perdido a noção do que é público e do que é privado. Nenhum agente do estado pode ter relações pessoais com fornecedores, a ponto de aceitar "brindes" como essa viagem para toda a sua família num resort de luxo. Para refrescar a mente do governador, ou, pior, dar-lhe conhecimento, caso não saiba, aí vai um trecho do Decreto 1171 de 22/06/1994, que institui o Código de Ética do Servidor Público Federal, que diz sem maiores arrodeios, que valem também para qualquer instância de serviço público, inclusive para governadores:

Das Vedações ao Servidor Público

XV - É vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

Depois esse povo vem dizer que precisa flexibilizar a legislação das licitações senão as obras da Copa não saem. Tudo conversa para boi dormir e para facilitar a corrupção, como a desse flagrante que Cabral tomou. E o cúmulo do desrespeito: quer que os bombeiros do Rio, humilhados pelo seu governo, vão ao local ajudar, como se na Bahia não houvesse profissionais do ramo. CPI nele!


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