quarta-feira, 13 de julho de 2011

Fusão Pão de Açúcar / Carrefour já era

Tem horas que o BNDES parece mais um desses bancos comerciais privados, que entram em qualquer jogada para ganhar dinheiro, não se importando com outros aspectos da transação. O importante é emprestar e receber com segurança, não importa o que o empreendedor venha a fazer com o dinheiro. Assim parece ter sido o apoio ao empresário Abílio Diniz na sua proposta de compra do Carrefour pelo grupo Pão de Açúcar.

Que duas empresas privadas queiram se fundir, tudo bem, os ônus e bônus serão delas. Se um sócio não concorda e começa a denunciar o outro por rompimento de contrato e postura anti-ética, o contribuinte não tem nada a ver com isso. Agora, quando a viabilidade da transação só aconteceria pela participação de um banco público, que certamente tem outras prioridades de financiamento, a coisa pega.

Além do mais, patrocinar a concentração do ramo de varejo de alimentos, num país onde a coisa que mais rapidamente se organiza, sem burocracia, é quadrilha, oligopólio ou cartel de qualquer coisa, é jogar contra o interesse público. O BNDES deveria, ao contrário, financiar novas redes de supermercados, ampliando a concorrência.

Durante semanas o BNDES foi fritado por causa da participação nesse negócio nebuloso, até que a presidente Dilma bateu na mesa e mandou que Luciano Coutinho retirasse o banco da jogada, alegando que o negócio só contaria com o apoio do BNDES se fosse pacífica a transação entre os sócios do Pão de Açúcar. Uma boa desculpa para cair fora.

Um comentário:

  1. Estou de acordo contigo! BNDES precisa se comportar como o banco social que diz ser. A opinião pública foi muito valiosa nessa processo todo, ajudou a orientar o governo.

    Abraços!

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