Primeiro, ético, porque o empresário Abílio Diniz tem um contrato com a rede francesa de supermercados Casino, que é acionista majoritária do Grupo Pão de Açúcar, pelo qual continuará à frente das empresas até 2012. Ao buscar a fusão do grupo que não é seu com o principal concorrente do grupo Casino, a rede Carrefour no Brasil (deficitária), abusa da confiança do acionista majoritário.
Segundo, porque o grupo resultante constituirá um oligopólio no setor de supermercados, com 30% do mercado nacional concentrado pela rede resultante. Hoje há expressivas diferenças de preços entre as redes Carrefour e Pão de Açúcar, e o consumidor será lesado com o fim da concorrência.
Terceiro, porque Abílio Diniz não vai tirar um centavo do bolso, deixando para o dinheiro público do BNDES assumir os R$ 4 bi necessários para efetivar a transação, assumindo o risco do fracasso da transação em virtude de demandas judiciais.
Que exemplo de capitalismo é esse? O estado brasileiro bancando a quebra de regras contratuais comerciais, assumindo riscos por um capitalista sem capital para criar um oligopólio lesivo aos consumidores. E pensar que Abílio Diniz, em 1989, serviu para impedir a vitória de Lula ante Collor, com um sequestro forjado para botar a culpa no PT...
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