O governo federal parece não ter se intimidado com o cartel. Realizou o leilão, que não teve proposta, e agora fará novo edital, dividindo o certame em duas etapas: na primeira será escolhida a tecnologia do sistema ferroviário e a operação do trem por . Na segunda etapa, serão licitados trechos de obras de infra-estrutura, o que estimulará a competitividade com a redução dos valores envolvidos em cada trecho.
A maior vantagem desse novo formato deve ser a apresentação de propostas de projetos mais consistentes e detalhadas que os rascunhos até aqui usados nas licitações, que não permitem a orçamentação precisa. Com projetos em mãos, licitar a infra-estrutura terá menos risco de dispersão de preços por indefinições orçamentárias e coibirá a formação de sobrepreços a partir de jogadas de cartel.
Hoje já se estima que o trem-bala levará seis anos para ser construído, a um custo de R$ 35 bi, nas contas do governo, e de R$ 55 bi, na conta dos empreiteiros. É dinheiro demais para uma obra não tão prioritária ser licitada em cima de rabiscos feitos em papel de pão. A mídia dos empreiteiros (a mesma dos banqueiros e dos endinheirados em geral) destaca que sem o governo ceder, "ajudando" o cartel, não haverá trem-bala.
Se deixarem também com uma galera da área de transportes que gosta de cobrar um pedágio (não o da estrada, mas percentual para partido), teremos o aumento de preços e um "trem-bola" saindo do tesouro nacional direto e rápido para alguns bolsos.
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