Também vetou despesas que cresçam acima dos investimentos. Todo esse receituário, comum aos países em crise no resto do mundo, parece ter um objetivo: o superávit nominal, que está próximo de ser alcançado, mas nunca se chega lá. Hoje a preocupação tem sido apenas com o superávit primário, garantindo aos banqueiros os recursos para pagamentos de juros escorchantes da dívida pública. O troco fica para despesas correntes, investimentos, etc.
Com a crescente arrecadação de impostos, graças a uma maior eficiência nos controles e no aumento da base de contribuição com o crescimento da economia, a idéia que persegue Mantega & cia é a do equilíbrio fiscal, a partir do qual se reduziria a demanda por novos empréstimos para rolagem de dívidas, se permitiria melhorar o perfil dos empréstimos, alongando os prazos e reduzindo juros, etc. Isso não é uma tarefa fácil, porque quem manda no mundo, e especialmente no Brasil, é a banca rentista, que também controla a mídia. Basta ver quem são os patrocinadores dos principais telejornais e anunciantes em revistas de grande circulação.
Em nome dessa meta, Dilma compra uma nova briga com o Congresso. Hoje já faz jogo duro para liberar os recursos das emendas dos parlamentares, causando tensão na sua base fisiológica. Agora passa por cima de um acordo, e tratora o reajuste inédito dos benefícios dos aposentados, que retornaria à economia com o efeito multiplicador no consumo. Vai ficar com essa carta na manga para barganhar com o Congresso, certamente em troca de reduções de outros gastos.
Pelo visto, a presidente Dilma aprendeu a fazer política com Nicolau Maquiavel, fazendo todo o estrago nos dois primeiros anos de mandato para depois apresentar resultados em doses homeopáticas, destruindo os obstáculos e buscando obter resultados por quaisquer meios que os justifiquem:
"As injúrias devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, saboreando-as menos, ofendam menos: e os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados."
"Os homens devem ser adulados ou destruídos, pois podem vingar-se das ofensas leves, não das graves; de modo que a ofensa que se faz ao homem deve ser de tal ordem que não se tema a vingança."
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