De um lado, há o interesse espúrio em obter "furos" jornalísticos a qualquer preço, mesmo que seja pago mesmo. Aí entra o favorecimento de servidor público mediante pagamentos irregulares, no popular: corrupção. No caso mais flagrante, as pessoas presas pela Polícia Federal na Operação Voucher, que apura desvios no Ministério do Turismo, tiveram suas fotos que fazem parte da qualificação do processo, sem camisa e segurando um papel com a identificação.
Hoje 16 dos presos foram libertados mediante fiança, e se houver alguém inocente ao final do processo, já terá tido a vida destruída pela ação criminosa da imprensa e dos funcionários públicos corruptos que forneceram documentos para as notícias. Até a presidente Dilma protestou contra o abuso. Isso não é coisa de "paparazzi", fotógrafos "free lancer" (trabalham por conta própria fuçando intimidades alheias para vender suas fotos à imprensa), que furtivamente capturam suas imagens, nem sempre de forma legal.
Apesar de haver predisposição popular contra suspeitos de crimes, e incompreensão cultural do que seja direitos humanos, há mercado para a desgraça alheia, motivo pelo qual a mídia paga propinas para conseguir documentos, o estado deve garantir o direito à dignidade, por mais hediondo que seja o delito. Se os criminosos são cruéis, não cabe ao estado ser também, até porque há a presunção de inocência até que seja transitada em julgado a sentença.
No caso do ex-diretor geral do FMI, Strauss-Kahn, as únicas fotos divulgadas foram as obtidas em lugares públicos. Nos Estados Unidos os tribunais de júri não permitem fazer imagens dos julgamentos. A própria imprensa de lá tem pudor na exibição de fotos tanto de presos como de tragédias. Alguém viu alguma foto de mortos no atentado de 11 de setembro de 2001? Nem de caixões chegados das guerras eram permitidas imagens nos EUA.
Aqui a imprensa já mora nas delegacias e consegue "favores" dos burocratas para entrevistar criminosos, e até mesmo os fazem confessarem diante das câmeras, sem direito a advogado. Também é comum o repórter esculachar o preso com acusações, insinuações e até fazendo os policiais os obrigarem a exibir o rosto. Como o direito à privacidade do cidadão é letra morta para os servidores públicos, por falta de noção ou por ganharem dinheiro com isso, é que temos as centrais de dossiês, patrocinados até pelos governos, como recentemente foi descoberto em São Paulo. Só que essa notícia, a mídia escondeu por respeitar os direitos dos políticos tucanos.
Eu tambem, Branquinho estou com uma peninha deles! Passar por tudo isso, como se fossem uns bandidos comuns. Cara, eles tem estudos. São Bandidos da alta. Bandidos governamentais. Não podiam ser expostos assim.
ResponderExcluirTadinhos.