Nos jornais a corrupção é um tema recorrente. Há suspeitas na venda de um terreno valiosíssimo do Ministério da Fazenda para um grupo econômico poderoso, em apuração de caso envolvendo crimes de policiais, no suborno de testemunhas, entre outros.
A perda de direitos trabalhistas também é assunto. A partir de setembro começou a vigorar um novo Código do Trabalho, uma espécie de CLT local, que não teve no debate a participação das centrais sindicais e reduz direitos dos trabalhadores. Parece que as conquistas do período dito socialista ainda estão sendo erodidas, ou então já são demandas da nova ordem européia a partir da crise, passando a conta para os trabalhadores.
Hoje o presidente da Alemanha está por aqui em visita oficial. Quem manda por lá é a primeira-ministra Angela Merkel, mas o presidente também tem sua participação política, em especial quando o assunto é pressionar outros países a, por exemplo, entrar junto com a Alemanha na compra de bônus podres de países falidos. Coincidentemente, no congresso eslovaco está havendo a discussão sobre o apoio da Eslováquia á Comunidade Européia nos planos de salvação da Grécia e outros que quebrarão em breve.
De Brasil por aqui, praticamente nada. No supermercado vimos um suco de laranja que tem como diferencial "100% de laranjas brasileiras". De fato, é muito melhor que os outros, que têm gosto de produto químico. Também há cafés com referências a nós. Também está acontecendo um seminário de direito comparado Brasil - Eslováquia, que trouxe juízes brasileiros para cá nesta semana.
No mais, entender este país sem conhecer as peculiaridades da sua história é temerário. O presidente alemão visitará os "alemães dos Cárpatos", uma colônia que se instalou aqui há 800 anos. Como o território daqui fez parte da Hungria, que o perdeu na primeira guerra mundial, deixando milhões de húngaros por aqui, há leis proibindo o presidente da Hungria de visitar o país a não ser em visita oficial, e proibindo o ensino da língua húngara. Há preconceitos em relação aos ciganos, que chamam por aqui de Romas.
Até hoje tentam se livrar dos resíduos checos, das lembranças do período da Tchecoeslováquia, do período de influência soviética e das lembranças da ditadura em nome do comunismo. Partiram para a liberação geral na economia, como forma de atrair investimentos estrangeiros.
No mais, o povo, tirando uma meia-dúzia de marginais que rondam a estação ferroviária, tanto batendo carteiras como maceteando taxímetros, é educado, sério, solidário com as nossas dificuldades com a língua eslava e discreto. Junto a isso a falta de estresse na cidade, que tem um bom sistema viário, e as pessoas parecem que trabalham menos que no Brasil, Bratislava é uma boa cidade para passar férias.
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